terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Bergoglio, o homem que nunca se ajoelha diante de Deus



(Antonio Socci / Rorate-Caeli - Tradução Blogonicus) - Está se tornando deprimente ou mesmo inquietante...


Bergoglio nunca se ajoelha diante da Eucaristia durante a missa. Ele não se ajoelha ou, de alguma
forma, não fica de joelhos durante a Adoração Eucarística; a imagem dele em pé diante do Santíssimo Sacramento ao final da procissão de Corpus Domini (a qual ele não tomou parte) é inesquecível.

Até mesmo a cerimônia de abertura da Porta Santa, para o início do Jubileu, foi embaraçosa! Vejam por si mesmos o que aconteceu hoje (nt: Socci se referia a abertura da Porta Santa na África durante a viagem do Papa ao continente, mas hoje Francisco abriu a porta do Vaticano da mesma forma, conforme a imagem ao lado)

Aos 6'20'' do vídeo, ele abre a porta e permanece em pé, enquanto os fiéis se ajoelham... Uma cena impactante!

Alguém poderia explicar o mistério do homem que nunca se ajoelha [diante de Deus]?


Nota do blog Rorate

Por sua vez, no dia 28 de novembro, o Papa Francisco se ajoelhou numa capela anglicana construída em homenagem aos mártires anglicanos ugandenses. Clique aqui para ver o vídeo.


Do site Ansa Latina:

[Trecho do Prefácio da Bíblia aos jovens, escrito por Francisco] - "Rezo sentado porque me faz mal estar de joelhos. As vezes, rezando, até adormeço, mas não importa: sou como um filho perto do pai e é isso que conta".


João Paulo II, já bem debilitado pelo parkinson, se ajoelha


Bento XVI, no auge dos seus 83 (2010) e com artrite, se ajoelhava em todas
as situações, litúrgicas ou não

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Misericórdia! (Outro) Bispo Conservador removido.

Dom Sarlinga - Fidelidade ao Papa errado!


Em Julho de 2014 escrevemos:

Mas se aqueles que professam o bergoglianismo estão "sentados à direita do Papa", os que lhe oferecem resistência encontram a sua outra mão - a mão de ferro.
(...)
A acusação contra o bispo de Zárate-Campana, Dom Oscar Domingo Sarlinga, é a mesma feita ao arcebispo de Rosário - mau uso do dinheiro e abuso de poder. Só que em Zárate-Campana se fala de somas mais vultuosas de pesos, com acusações de desvio de fundos de origem pública destinados às cantinas escolares administradas pela diocese. Outra acusação é a de lavagem de dinheiro (!) no seminário São Pedro e São Paulo.
Pois é! Hoje fomos "surpreendidos" pela renúncia de Dom Sarlinga, aos 52 anos, que foi acolhida pelo Papa Francisco.

Segundo informa o La Nacion, Sarlinga participou de um movimento, alinhado com alguns políticos peronistas, para destituir o então cardeal Bergoglio de Buenos Aires. A remoção de Sarlinga, hoje, seria uma vingança pessoal do Papa argentino pelo complô que, supostamente, teriam armado contra ele no passado.

Cabe lembrar que essa história vem circulando há muito tempo. O que muda são os atores principais.

Dois já se foram...falta um!
Bergoglio nunca foi uma figura unânime dentro do seu país e da conferência episcopal. Mesmo no Vaticano a sua existência incomodava. O cardeal arcebispo esbanjava heterodoxia doutrinal combinada com uma visão muito particular do cenário político nacional. Muitos bispos, sobretudo os conservadores, viam em Bergoglio um dualismo incompatível com a sua posição primacial.

Reza a lenda que um grupo de Bispos, liderados pelo arcebispo de La Plata, teriam solicitado ao Vaticano a remoção de Bergoglio e a nomeação de um novo arcebispo mais ratzingeriano e com pretensões políticas menos evidentes. O complô foi neutralizado pelos informantes do futuro Papa na Cúria e por sua influência dentro da congregação para os bispos.

Os bispos envolvidos nesse complô são os mesmos que agora estão sendo punidos. Mollaghan, Sarlinga e o então núncio no país Mons. Adriano Bernardini. O próximo nome a cair será o do arcebispo de La Plata, Dom Héctor Aguer.

Não é a hora da misericórdia, mas da Vingança!

Como já é de conhecimento de todos, a remoção, a perseguição e destruição de bispos conservadores não se restringe ao país do Papa. Nos EUA, Itália, Alemanha e Bélgica já foi sentida a mão de ferro do papa a remover bispos de forma humilhante através de acusações absurdas e estúpidas, algo digno de um governo totalitário.

Para Francisco é tudo ou nada. Ou se está com Francisco ou contra Francisco. E, como vimos nestes últimos anos, isso vale para todos: leigos, sacerdotes, bispos, cardeais e até para o próprio Cristo.

Vatileaks II - Protegida de Bergoglio é presa pelo Vaticano

Francesca Chaouqui foi presa pela polícia do Vaticano na manhã de hoje por, juntamente com o padre Lucio Angel Vallejo Balda, vazar informações importantes de um dicastério de assuntos econômicos para jornalistas.

As informações vazadas por Chaouqui e Vallejo Balda resultaram em dois livros que serão lançados em breve na Itália, contanto dos bastidores da política interna do Vaticano, sobretudo, é claro, relacionado aos assuntos financeiros da Cúria.

Em 2013, pouco depois da sua eleição, Francisco nomeou a leiga Francesca Chaouqui como membro da comissão que deveria ajudar a reformar as finanças do Vaticano, aumentando a transparência e otimizando os gastados da máquina curial.

Segundo informa o site Vatican Insider, foi Mons. Vallejo Balda, então número dois na comissão reformadora, que apresentou o nome de Chaouqui para membro. Francisco, é claro, aprovou a indicação de imediato. Críticas sobre a atuação de Francesca Chaouqui surgiram, ligações nada santas da mesma com figuras importantes da política italiana, mas nada disso foi suficiente para Francisco reconsiderar.

A jovem jornalista e relações públicas de carreira encontrou na confusa e desorientada Cúria pós-conclave um ambiente favorável a sua atuação. Elegeu o então cardeal secretário de Estado e homem forte de Bento XVI, Tarcisio Bertone, como alvo das suas tuitadas nada cordiais. Na época, Bertone era visto como causa primeira de todos os males da humanidade, tendo ele próprio sido responsabilizado por muitos prelados e pela mídia pelos vazamentos do escândalo Vatileaks, que influenciaram enormemente na renúncia de Bento XVI. Depois do Papa alemão, foi o seu secretário de estado a figura mais atingida.

A relação do Papa com Vallejo Balda e Chaouqui começou a azedar alguns meses depois. Com a criação de um novo dicastério para as finanças do Vaticano, comandado pelo australiano George Pell, Mons. Vallejo Balda intuiu que seria ele próprio nomeado como secretário da mesma, mas Francisco optou pelo maltês Alfred Xuereb, que havia sido secretário particular de Bento XVI. Francesca Chaouqui também foi deixada de fora da nova congregação.

Como lembra o Vatican Insider, e reportamos aqui, os dois foram responsáveis pela recepção buffet dada a membros VIPs durante a cerimônia de canonização de João Paulo II e João XXIII, no terraço da prefeitura para assuntos econômicos.

Desde o escândalo do Vatileaks, vazar documentos internos do Vaticano se tornou crime na cidade-Estado. Mons. Vallejo Balda encontra-se preso e Chaouqui em liberdade por "colaborar" com as investigações.

domingo, 7 de junho de 2015

Frei Volpi faleceu.


O frade capuchinho encarregado pela Congregação para os Religiosos de intervir - na prática, destruir - na congregação dos Franciscanos da Imaculada faleceu após semanas, segundo a imprensa italiana, de hospitalização e agonia.

Segundo o blog americano Rorate, a função exercida por Fr. Fidenzio Volpi seria encaminhada as mãos de um jesuíta.

Alguns blogs de língua italiana relataram que a postura de Fr Volpi dentro do processo movido pela congregação vaticana contra a Ordem dos Franciscanos da Imaculada se tornou insustentável, com atos que não foram apreciados pelas instâncias superiores no Vaticano, leia-se o cardeal prefeito e o próprio Papa. Não acredito nisso! Se assim fosse, Volpi teria sido demitido da sua função e não afastado por uma doença. Braz de Aviz e Francisco sabiam o que Volpi fazia dentro dos conventos franciscanos e, é claro, aprovavam. Ou alguém vai me dizer que um cardeal e um Papa não podiam conter um simples frade? O que tentaram fazer, depois que a intervenção pegou tão mal internacionalmente, sobretudo com a postura "papa da misericórdia" adotada por Francisco, foi encontrar um bode expiatório. Não colou.

Fr Fidenzio morreu - e que Deus tenha com ele na eternidade a misericórdia que o frei não demonstrou em vida - e a intervenção continua. Sabe-se também que Fr Stefano Manelli, o fundador dos Franciscanos da Imaculada, também encontra-se hospitalizado e com a saúde gravemente debilitada, preparando-se para o encontro com o Senhor.

Este seria um bom momento para o Vaticano normalizar a vida dos Franciscanos da Imaculada, já que nada foi encontrado que desabone a ordem ou o fundador. Seria o momento certo para desistir dessa estupidez que foi (é) a intervenção.

Mas alguns homens não são sensatos, não reconhecem o erro até o final das suas vidas. O que o Fr Fidenzio nos ensina é que o fim pode estar muito mais próximo do que sonham alguns purpurados.

sábado, 6 de junho de 2015

Ferula de Paulo VI e João Paulo II se rompe na Bósnia


Pouco antes de iniciar a liturgia no estádio de Koševo, em Saraievo, o báculo que o Papa Francisco deveria portar durante a cerimônia se parte. Sem solução, sobretudo porque não foram trazidos outros báculos (e Francisco tem muitas opções), a haste foi remendada com fita adesiva para segurar o pesado crucifixo.

Mesmo sendo mais 'fina' do que outras ferulas, essa peça de arte moderna desenhada para Paulo VI pesa quase 50% mais que o famoso báculo de Pio IX e quase o dobro da cruz dourada desenhada especialmente para Bento XVI.

Esperamos que seja um sinal dos céus para que, finalmente, Mons. Guido se livre dessa peça "de arte" confeccionada por  Lello Scorzelli.

domingo, 17 de maio de 2015

Há esperança para Francisco?

Raul Castro com Francisco.
Talvez o Banco Vaticano financie obras em Cuba.
A esperança é uma virtude que permeia, ou pelo menos deveria, a vida de todo (bom) cristão. Sobretudo nos últimos anos os católicos perplexos buscam o maná da esperança em cada breve notícia, em cada pequeno gesto do atual pontífice. Buscam, buscam, buscam... Eis ai uma característica da esperança que é a sua estamina infinita. "Quem espera sempre alcança", "a esperança é a última que morre!" e coisas do gênero são ditas com frequência.

Esperamos que o Papa Francisco demonstre, por gestos concretos ou palavras claras, que é diferente daquele Francisco apresentado pela mídia anti-católica. De fato, a esperança de muitos católicos, blogueiros ou não, era ser factível esta distorção entre o Francisco real e o papa virtual que agrada aos degenerados. Depois de dois anos e alguns meses de pontificado essa tese vem se mostrando cada vez mais impossível de sustentar. Vemos que há apenas um Papa Francisco e que muito provavelmente, e para o nosso desgosto, a grande angular dos meios de comunicação acabou captando a verdadeira essência do bispo de Roma com muito mais precisão.

Podemos dizer que Francisco vem construindo uma obra. Os cardeais Kasper e Braz de Aviz (a nossa eterna vergonha em Roma...) já declararam que Francisco deseja realizar mudanças severas e irreversíveis na Igreja. Só não explicaram se tais mudanças são apenas na estrutura da Cúria ou na doutrina. Talvez, e aqui especulo, a primeira seja pré-condição para a segunda.

Essas mudanças irreversíveis tem o seu ápice no Sínodo para a Família. É nesta reunião de bispos que a batalha é deflagrada e onde podemos ver o autêntico modus operandi do Papa Francisco. Foi justamente a primeira parte da reunião que tirou dos católicos ingênuos a vontade, ou melhor, a possibilidade de defender Bergoglio.

Ontem pude ler no blog Rorate Caeli que o frade dominicano Timothy Radcliffe foi apontado pelo Papa Francisco como consultor do Conselho de Justiça e Paz. Frei Radcliffe, segundo aponta o blog, é considerado algo além de um religioso liberal... um Über-liberal! Segundo RC

O antigo Mestre Geral da Ordem Dominicana [1992-2001] é um apoiador proeminente da proposta Kasperiana da comunhão aos "divorciados recasados". Ele também se coloca pela ordenação de mulheres, se não ao sacerdócio, pelo menos ao diaconato. Contudo ele é mais famoso por suas intervenções públicas frequentes sobre a aceitação da homossexualidade, tendo sido um celebrante frequente das infames "missas Gay" no Soho de Londres.

Será que Francisco não conhecia o currículo do agora consultor? Difícil imaginar já que o Papa elevou ao cardinalato o arcebispo de Westminster, Vincent Nichols, o único cardeal franciscano anglófono até o momento, e considera do seu círculo pessoal o arcebispo anterior, o igualmente liberal Murphy Cormac O'Connor.

Recentemente, ainda, o Papa teve um agradável encontro o ninguém menos que Raul Castro, dono da ilha prisão de Cuba. A mídia alardeou com inquestionável precisão que o Papa argentino teve influência vital na reaproximação dos EUA com Cuba. Os blogueiros mais ingênuos já se puseram em pé a aplaudir o Papa, afirmando, entre outras asneiras, que o fim do embargo - que ainda não se deu! - favorecerá o florescimento da democracia em Cuba e o fim do comunismo na ilha. O jornalista Reinaldo Azevedo coloca de forma bem mais sóbria e realista:

Que se note: até agora, não há o menor sinal de distensão política em Cuba. Esse namorico com Barack Obama e com o papa Francisco, por enquanto, não tem sua correspondência em distensão política interna. É tolice, está evidenciado, acreditar que o progresso, por si, põe fim a ditaduras. Eu mesmo já cheguei a flertar com essa ideia quando era bem mais moço. A China, por exemplo, prova  o contrário de maneira muito eloquente.O projeto dos Irmãos Assassinos e do Partido Comunista Cubano é romper o relativo isolamento sem pôr um fim à ditadura. Raúl, se preciso, pode até se ajoelhar e rezar por isso. Se depender de Obama e de Francisco, ele chega lá…Que tempos e que homens os destes tempos!
O socialismo do século XXI parece ser a nova saída para Cuba, apresentando-se como uma democracia bolivariana. E ao receber líderes de movimentos ditos sociais em Roma, até com a presença infame do terrorista João Pedro Stédile, Francisco parece flertar descaradamente com o filo-bolivarianismo, com ditaduras mitigadas, mas ditaduras ainda assim. Não podemos nos esquecer também que foi Francisco quem revogou a suspensão do sandinista Miguel d´Escoto que, como todos sabem, não retrocedeu um milimetro nas suas posições terroristas.

A esquerda está em êxtase! Recentemente Gustavo Gutierrez foi recebido outra vez com pompa e circunstância no Vaticano, dessa vez na Assembleia da Cáritas. O processo de beatificação de Helder Câmara começou... É uma festa sem hora pra acabar!

Na outra ponta, contudo, temos bispos conservadores sendo perseguidos, depostos e humilhados sem nenhuma chance de defesa, sem um único encontro com o Papa cuja agenda está ocupada por audiências com terroristas, comunistas e ateus.

E assim vamos caminhando, mesmo sem saber o caminho. As certezas de antes são as dúvidas de agora. O grande enigma que se apresenta na forma de Francisco, na verdade, é bem simples - não há mistério algum! O pontificado de Francisco, a semelhança com o governo Dilma, consegue a proeza de se tornar pior com o passar do tempo.

Há ainda espaço para esperança? Sim, sem dúvida! Porque a esperança para o católico não é imediatista, é acima de tudo direcionada à vida eterna. Não esperamos em homens, mas colocamos nossa esperança em Deus. Há, portanto, espaço para a esperança, sempre.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Papa Francisco faz parceria com UNICEF.

Papa Francisco e Anthony Lake da Unicef. O pastor abrindo as portas para o lobo

(Religion Digital) O Papa Francisco e o diretor executivo da UNICEF, Anthony Lake, se reuniram nesta terça-feira em Roma para colocar em prática uma aliança entre a ONG para a infância e o Scholas Occurrentes, uma iniciativa educativa impulsionada pelo próprio pontifice.
A colaboração, que durará cinco anos, se centrará em ampliar o acesso dos mais jovens, especialmente os mais desfavorecidos, a tecnologia, ao esporte e as artes, "plataformas para a educação, a participação e a construção da paz".

***

O Scholas, segundo o publicado em seu site oficial, é:
Uma entidade educacional, lançada pelo Papa Francisco, onde a tecnologia, artes e esporte são usados para encorajar a integração social e o encontro cultural.

Está vinculado à Pontifícia Academia para Ciências e submetida, dessa forma, oficialmente ao Vaticano, não constituindo um organismo paralelo ou extraoficial.

Dessa forma, ainda que o objetivo do Scholas seja apenas a promoção da educação e da conexão entre jovens, nos cabe perguntar como pode esse organismo católico realizar parceria com a Unicef? É sabido por todos que o braço da ONU para a educação é também um dos principais responsáveis pela disseminação da política sexual globalista, favorecendo não só a promiscuidade infanto-juvenil, mas também incluindo em seus programas e metas a disseminação da prática do aborto.

No próprio site da Unicef Brasil podemos ler que "os eixos temáticos do projeto Saúde e Prevenção nas Escolas são: Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva, Diversidade sexual, Relações de gênero, Acesso a insumos de prevenção" entre outras.

Agora temos o próprio Papa e sua organização dando as mãos para tais pessoas!

Mais um escândalo deste pontificado.

Papa Francisco remove mais um bispo conservador


Hoje, ao meio dia em Roma, o Papa Francisco aceitou a renúncia do bispo de Kansas City, Robert Finn, segundo o art. 401, §2, do Código de Direito Canônico, que prevê a renúncia de um prelado por problemas de saúde ou outro grave motivo que o impeça de continuar a exercer seu ministério.

A imprensa americana voltou seus olhos para Dom Finn após um técnico de informática ter descoberto arquivos de imagem de meninas nuas no computador do Pe. Shawn Ratigan e ter denunciado o caso à Cúria diocesana. Um processo foi aberto contra Dom Finn com a acusação de negligência em notificar de imediato as autoridades. Dom Finn se declarou culpado e condenado a dois anos de prisão domiciliar. Pe. Shawn Ratigan foi condenado à 50 anos de prisão.

É preciso deixar claro  e reforçar que Dom Finn, diferentemente do que outros envolvidos em casos semelhantes fazem, se declarou culpado.

E eis que entra em cena, mais uma vez, o Papa Francisco. Armado com o Direito Canônico, Francisco ordenou mais uma das suas "visitas apostólicas" à diocese de Kansas City e, é claro, todos nós sabemos como elas terminam.

Tolerância zero para alguns. Misericórdia para outros.

Sem dúvida há motivos concretos para a remoção de Dom Finn, especialmente numa igreja como a americana, onde o escândalo sexual dos padres lhe custou a reputação, a confiança entre os fieis e bilhões - bilhões! - de dólares em indenizações.

Contudo... Recentemente o mesmo Papa Francisco resolveu promover o chileno Juan Barros (foto) à diocese de Osorno. O novo bispo chileno é acusado de encobrir casos de abuso sexual, por anos, do sacerdote Karadima - uma espécie de Marcial Maciel chileno. Juan Barros vem enfrentando fortes protestos desde a cerimônia de posse e anda pela diocese com escolta policial.

Segundo o Núncio apostólico no Chile e os representantes da conferência episcopal, Francisco foi informado integralmente sobre o passado de Juan Barros e mesmo assim o promoveu a bispo diocesano.

São dois casos com a mesma natureza e pediriam, por coerência, a mesma solução. Mas Francisco é jesuíta e se guia não por coerência ou bom senso, mas por afinidades ideológicas. Basta lembrar o caso do bispo de Merlo Moreno, quando Bergoglio ainda era arcebispo de Buenos Aires e defendeu o bispo Fernando María Bargalló depois deste ser pego num balneário caribenho de luxo com uma amante (uma mulher casada!). A misericórdia de Bergoglio tem dois pesos, isso sempre afirmamos.

O Círculo do Papa

Aqui cabe uma pausa. Vários blogs e jornais pelo mundo vem noticiando que o Papa Francisco, desde os primeiros dias de pontificado, vem se cercando de gente, digamos, nada recomendável. São cardeais que nos anos de Bento XVI sempre estiveram nas sombras da desconfiança e do descrédito.

Muitos vaticanistas (Tornielli, Tosatti, Allen e outros) já informaram que cardeais como Mahony e  Danneels que, em seus respectivos países, foram responsáveis pelos maiores escândalos sexuais da história da Igreja, são vistos com frequência no Vaticano.  Danneels, inclusive, foi apontado pelo Papa como membro de destaque na próxima assembleia do Sínodo dos bispos.

Outros cardeais do círculo intimo do Papa seriam o britânico Murphy O'Connor, o alemão Kasper, o brasileiro Hummes e alguns arcebispos italianos de menor projeção.

Já são sete!

O número de bispos ou arcebispos depostos ou removidos por Francisco não para de crescer. Sete prelados foram vítimas da misericórdia franciscana, todos eles conservadores ou próximos da tradição. Dom Finn se soma à Piacenza, Burke, Livieris, Franz Peter Tebartz-van Elst, Mollaghan e Mario Oliveri.

Pode parecer um número muito pequeno num universo de mais de cinco mil bispos, mas é suficiente para desencorajar aqueles prelados que flertam com a tradição e queiram promovê-la. Francisco, como bom progressista, não remove bispos sem visibilidade ou desconhecidos, mas procurar fazer movimentos cirúrgicos.

Cabe ressaltar que quase todos foram removidos sem uma única audiência com o Papa, onde poderiam tentar se explicar. O único prelado que conseguiu falar com o Papa antes da sua punição foi Tebartz-van Elst.

Outros nomes já poderão figurar na lista em breve, todos da linha ratzingeriana. Dom Salvatore Cordileone, arcebispo de São Francisco, vem enfrentando problemas por impor às escolas católicas as clausulas de moralidade, onde obriga os professores contratados por essas instituições a ensinarem a doutrina e moral católica, inclusive banindo professores homossexuais dos quadros escolares. Muitos grupos gayzistas já estão pedindo ao misericordioso pontífice a cabeça de Dom Cordileone.

A diocese de Liechtenstein, encabeçada por um dos poucos bispos tradicionalistas "em plena comunhão" (para usar esse termo bobo que vigora em blogs sedevacantistas...), também vem sofrendo com leigos revoltados com seu bispo. Mais aqui.

Pau que bate em Francisco nem sempre bate em Chico!

Desde a sua posse como bispo Roma, Jorge Mario Bergoglio não removeu um único bispo liberal. Pelo contrário, alguns foram até promovidos ou agraciados com a púrpura!

Não se trata de uma constatação vitimista ou de uma visão eminentemente bipolar. Se trata de fatos!

Francisco detesta o universo conservador-tradicional. Já deixou isso muito claro com adjetivos como neopelagianos, fariseus, ultrapassados, etc ao se referir a bispos, padres e, principalmente, leigos ligados à tradição católica. 

Talvez seja um pouco de loucura dizer que há um plano arquitetado com metas e objetivos escritos para enterrar de vez a Tradição católica. Mas não é delírio, como alguns pensam, ligar os pontos e ver que há uma vontade concreta indo nessa direção. E ela parte de Francisco.

Lembremo-nos dos bispos removidos, dos consultores litúrgicos removidos, do Sínodo manipulado com tamanha desonestidade, da intervenção covarde nos Franciscanos da Imaculada e tantos outros acontecimentos do dia a dia que nos levam a uma única conclusão - breve ou longo este pontificado é um desastre para o Corpo de Cristo.

domingo, 8 de março de 2015

50 anos da missa em vernáculo. Papa Francisco: (...) aqueles que querem voltar atrás estão enganados!"

Paulo VI celebrando a primeira missa em vernáculo
Então aconteceu, há 50 anos, que Paulo VI celebrou a primeira missa em língua vernácula na paróquia de Todos os Santos(Ognissanti), em Roma. A liturgia celebrada pelo Papa Montini não foi 100% em italiano, mas a época já era o suficiente para ser revolucionária.

E eis que para marcar o aniversário desse momento histórico, Papa Francisco, o novo Paulo VI, decidiu visitar a mesma paróquia e celebrar a missa que, agora, já não causa tanta estranheza aos romanos.

Francisco esteve em Ognissanti acompanhado de... Walter Kasper! Icônico, não é mesmo? Acontece que coincidentemente a igreja de Ognissanti é a igreja titular do cardeal alemão que vem, a exemplo de Lutero, iniciando uma revolução dentro da igreja que poderá - Deus não permita! - culminar em mais um cisma de proporções globais.

Ao concluir a missa o Papa argentino proferiu as seguintes palavras:

Em tempos há dificuldades... mas onde está o Senhor as coisas vão bem. Concordam? (Sim!). Muito obrigado por me acolherem aqui, pela sua oração junto a mim durante a missa. Vamos agradecer ao Senhor pelo que Ele tem feito na sua Igreja nestes 50 anos de reforma litúrgica. Foi realmente um gesto corajoso para a Igreja se aproximar do povo de Deus para que eles pudessem entender o que estavam fazendo. Isso é importante para nós, seguir a missa dessa forma. Não é possível voltar atrás. Devemos sempre ir adiante. Sempre adiante (aplausos)! E aqueles que querem voltar atrás estão enganados. Sigamos adiante neste caminho (aplausos). Obrigado"

Uma mensagem bem clara. Quando o Papa fala de improviso ele fala o que realmente quer dizer, expressa realmente o seu magistério. Até que ponto esse magistério é autenticamente católico há um enorme espaço para debates, mas qualquer esclarecimento da parte dos teólogos do Vaticano sobre o que o Papa realmente quis dizer quando fala de forma espontânea é nada mais do que uma tentativa de torná-lo "católico".


Recentemente Francisco afirmou que os padres e bispos que falam em "reforma da reforma", um termo cunhado durante o pontificado de Bento XVI para expressar de forma resumida a teologia litúrgica do papa alemão dentro de um espectro de continuidade com o passado da Igreja, estão enganados, mesmo quando falam de boa vontade. Afirmou que a ordenação de alguns seminaristas de tendência mais tradicional coloca "uma mortalha sobre a Igreja". Afirmou ainda que muitos desses seminaristas são "desequilibrados" e que isso se expressa nas liturgias que celebram.

Não é de hoje que Francisco vem atacando os padres e bispos, e indiretamente os leigos, que se aproximam da liturgia tradicional. E são sempre ataques "de improviso", pegos e registrados por terceiros ou vazados depois de alguma reunião com o Papa. Quem não se lembra, por exemplo, da reunião de Francisco com os religiosos do Caribe onde o mesmo classificou os católicos tradicionais de neopelagianos?

Embora não ataque diretamente a missa em latim, Francisco é sim um forte anti-ratzinger. Suas ações, suas nomeações, promoções e, principalmente, demissões o dizem de forma clara.

Muitos afirmam que por ser de origem jesuíta o Papa Francisco não se interessa por liturgia. Tentam usar esse argumento - que eu mesmo não compreendo - para justificar as missas do Papa. Não é verdade! Francisco desde o primeiro ato como Papa, ao aparecer sem os paramentos pontifícios na sacada de São Pedro, já demonstrou que é um papa profundamente (anti)litúrgico. Ao contrário de Bento XVI, que esperou meses até começar a expressar o seu estilo litúrgico, Francisco o fez já na sua primeira missa ainda na capela onde fora eleito.

O que Francisco e outros bispos como ele não conseguem compreender é que esse "seguir adiante" que ele pede não encontra mais eco na juventude católica. O seguir adiante que realmente está acontecendo é o mergulhar cada vez mais profundamente na tradição da Igreja, na suas antigas orações e nos gestos mais significativos da sua liturgia. O seguir adiante não é um retroceder, mas um "compreender" verdadeiramente a dimensão espiritual e sacramental da liturgia.

O seguir adiante do Papa Francisco é raso, superficial. O nosso - os neopelagianos - é profundo e continuador. Há sim uma enorme diferença.

Então sigamos adiante! Com Summorum Pontificum e a reforma da reforma! Todos aqueles que desejam retroceder 50 anos atrás estão enganados!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Vaticano de Francisco recebe grupo pró-gay.

Vaticano recebe grupo católico gay em audiência, discretamente

(Folha - Com Agências de notícias)

Um grupo de defesa dos direitos de católicos gays, vindo dos Estados Unidos, foi recebido pela primeira vez na audiência semanal do papa Francisco nesta quarta-feira, o que seus membros consideram um sinal de mudança na Igreja Católica.

O grupo, porém, foi anunciado como "um grupo de leigos acompanhados por uma irmã". Não foi mencionado por Francisco, mas foi a primeira vez em que eles puderam participar da cerimônia. Até a menção ao grupo como leigos foi saltada pelo mestre de cerimonial que leu a lista de convidados.

A visita ocorre meses depois de o Vaticano voltar atrás num documento preliminar que defendia a maior aceitação de gays pela igreja e da excomunhão de um ex-padre de Bauru (SP) que defendia o mesmo.

A irmã é Jeannine Gramick, co-fundadora do Ministério Novos Rumos, que prega para católicos homossexuais e promove os direitos dos gays na igreja. Ela e o diretor executivo do grupo, Francis DeBernardo, lideraram uma caravana de 50 católicos homossexuais para a audiência na Praça de S. Pedro. Segundo eles, o grupo foi solenemente ignorado em visitas anteriores, nos papados de João Paulo 2º e Bento 16.

Desta vez, um bispo dos EUA e o monsenhor Georg Gaenswein, que cuida dos convites para a audiência, apoiaram o pedido e eles foram recebidos na primeira fila, ao lado de dignitários e grupos católicos.

Quando Francisco passou, eles cantaram "Todos São Bem-Vindos", um hino que simboliza seu desejo por uma igreja mais inclusiva.

Uma lista dos convidados, publicada pelo Vaticano, informava que havia "um grupo de leigos acompanhados por uma irmã", mas não mencionava se tratar de um grupo de defesa dos direitos dos gays.

"O que isto indica é que existem movimentos em nossa igreja para receber pessoas que estão fora", disse Gramick.

Meses antes de sua eleição, Francisco fez sua já famosa declaração sobre como ele não poderia julgar gays que tenham boa vontade e estejam em busca de Deus.

Até agora, porém, ele não deu sinais de que a igreja vá mudar sua doutrina contrária aos atos homossexuais.

Em outubro, bispos do mundo inteiro se reuniram em Roma para debater questões relacionadas à família e divulgaram um relatório provisório pedindo maior aceitação dos gays pela igreja.

O trecho foi suavizado na versão final do relatório, depois de reclamações de bispos conservadores. A última reunião sobre questões de família está marcada para outubro deste ano.

DeBernardo disse que casais de gays, lésbicas e de outras famílias não-tradicionais deveriam ser convidados para o encontro, conhecido como sínodo, para falar aos bispos sobre sua fé e sua sexualidade.

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E alguns irão dizer: "Não é nada! Todos podem participar das audiências do Papa..." Não é bem assim. Como o próprio texto deixa claro, "o grupo foi solenemente ignorado em visitas anteriores, nos papados de João Paulo 2º e Bento 16".

Não se trata aqui de um grupo que busca trabalhar pastoralmente com homossexuais, conduzindo-os pelo caminho proposto pela Igreja, mas de um grupo engajado em promover os direitos dos gays na igreja, o que quer que isso signifique.

Há de fato uma abertura neste pontificado a grupos como esses. Recentemente Francisco teve uma audiência privada com Diego Neria Lejárraga, um transexual que está "noivo" e com casamento marcado.
Lejárraga escreveu previamente ao Papa reportando a situação em que se encontrava, e sobre o suposto bullying paroquial que vinha recebendo. Francisco, é claro, mais que depressa, tratou de convocá-lo para uma audiência pessoal, segundo o próprio Lejárraga.

O que vemos nessa dicotomia entre discurso e ação é o que será posto em prático depois do Sínodo de outubro. O Francisco dos discursos oficiais, o Francisco doutrinal, é diferente do Francisco das intervenções improvisadas, dos gestos. Um contradiz o outro em todos os sentidos. Temos, de fato, dois Papas.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

De Wuerl para Burke - Para bom entendedor, meia palavra basta


Recentemente o cardeal Raymond Burke concedeu uma entrevista ao canal de televisão francês France 2 na qual afirmou, em resposta a uma pergunta feita pela jornalista, que se o Papa Francisco persistir nessa direção - a de permitir a comunhão aos divorciados recasados civilmente - ele "resistiria". Burke declarou também que o que vem acontecendo na igreja é doloroso e difícil.

Não é segredo para ninguém que Burke foi a ponta de lança no último sínodo, vocalizando a opinião de muitos bispos e até alguns cardeais sobre essa mesma questão e deixando claro que a doutrina da Igreja não pode ser alterada, muito menos a sua prática pastoral em relação aos divorciados recasados. Desde o ano passado o cardeal americano, um renomado canonista, sofreu consideráveis perdas e humilhações vindas de ninguém menos que do próprio Papa Francisco. 

Burke foi removido de todas as congregações vaticanas, sobretudo a dos bispos. Por último foi removido da Cúria Romana como um todo, sendo substituído por um nome sem relevo e com um currículo bem modesto quando comparado ao do prelado americano, bem ao gosto do Papa Francisco que demonstra uma bizarra preferência por sacerdotes pouco qualificados para comandar postos importantes.

Nos últimos dias do ano passado, se ouviu na blogosfera rumores sobre a insistência de alguns prelados - ainda anônimos - para que Burke fosse sumariamente removido do colégio de cardeais. O boato circulou alguns dias antes do anúncio da remoção de Burke como prefeito da Signatura Apostólica.

Há dois dias o cardeal Wuerl, arcebispo de Washington, saiu com a cara e a "coragem" no ataque contra Burke, embora sem citar o nome do irmão bispo. Num artigo publicado em seu blog pessoal, o cardeal Wuerl afirma:

"enquanto eu assistia ao Santo Padre pela TV, minha caixa de e-mail está repleta com um número de e-mails sobre uma entrevista e um artigo por irmãos bispos que estão pouco entusiasmados com o Papa Francisco".

No texto o cardeal divaga sobre a sua história pessoal enquanto seminarista e sacerdote, refletindo sobre a resistência que os papas encontravam ao longo da história quando colocavam seus ensinamentos. Reflete sobre as encíclicas Mater et Magistra de João XXIII e a famosa Humanae Vitae de Paulo VI, todas muito criticadas.

Mas a passagem direcionada milimetricamente ao cardeal Burke é esta:

"Mas um padre do seminário gentilmente nos tirou da nossa ingenuidade e apontou que sempre existiram correntes de dissenso na Igreja, algumas vindas do alto como do colégio de Cardeais. Foi então que eu ouvi pela primeira vez sobre o cardeal Louis Billot que foi pouco discreto na sua oposição ao Papa Pio XI que havia condenado o movimento politico e religioso Action Française, que envolvia muitas pessoas que desejavam pela restauração da monarquia na França e um papel forte da Igreja no governo civil. Em 1927, o cardeal Billot foi 'persuadido a renunciar a sua dignidade cardinalícia'. E ele voltou a ser um simples padre jesuíta"

Sugestivo, não é mesmo? Mas tem mais. Alguns parágrafos mais abaixo, lemos:

"De forma menos importante, houve um considerável mal estar entre alguns [prelados] em 1969 quando a Secretaria de Estado de Paulo VI publicou uma instrução sobre a vestimenta dos bispos e cardeais. O esforço para simplificar e remover algumas coisas como a cappa magna aborreceu a alguns"

O cardeal Burke, além da sólida formação jurídica e doutrinal, é também conhecido internacionalmente como um defensor da liturgia tradicional e aparece com frequência paramentado com a "nefasta" cappa magna. De forma particular, devemos notar a ironia e como a cappa, hoje, aborrece alguns prelados de 2015, sobretudo por estar associada a juventude católica que preenche os bancos das igrejas quado das missas tradicionais.

Da mesma forma que Burke é um cardeal Ratzingeriano, Wuerl é um bergogliano incurável. O arcebispo de Washington nunca usou a pena ou levantou a voz em defesa de Bento XVI ou de João Paulo II, mas é o primeiro prelado americano a disparar contra os supostos 'inimigos' de Bergoglio. Wuerl, como Bergoglio, não vê problema em, por exemplo, dar a comunhão a divorciados e a políticos pró-aborto. Ratzinger e Burke eram ferozmente contrários a isso. Wuerl e Bergoglio não compreendem o que significa a expressão "valores inegociáveis".

Continua Wuerl:

Uma das coisas que aprendi em todos esses anos desde os ingênuos dias de 1961 foi que feita uma análise meticulosa vemos que há um fio comum que une todos esses dissidentes. Eles discordam do Papa porque ele não concorda com eles e, portanto, não segue as suas posições.

Querer comparar a resistência que Francisco vem enfrentando com, por exemplo, a resistência que Paulo VI enfrentou com a Humanae Vitae é tentar falsificar a história. É uma atitude, diria, digna de Lenin e cia.

Francisco não enfrenta uma resistência por afirmar alguma doutrina ou ensinamento católico, mas por se distanciar dele. Francisco, hoje, é o dissidente.

Wuerl está certo quando afirma que na história da Igreja sempre tivemos figuras de dissenso, mas erra ao assumir que o Papado é imune a isso. Hoje vemos que a principal figura de dissenso é o Papa Francisco e o pseudo-magistério que vem desenvolvendo de forma arbitrária e totalitária.

Nunca na história da Igreja tantas vozes genuinamente católicas se levantaram contra o sucessor de Pedro. Historiadores, vaticanistas, jornalistas, padres, bispos, cardeais, simples leigos, etc. de forma direta ou indireta, vocalizando contra o que vem do trono petrino. Já na caixa de comentários do blog do cardeal americano vemos as várias "vozes do dissenso" se manisfestando.

É importante considerar a justa medida das críticas. É importante vigiarmos pela unidade da Igreja, evitando que divisões se tornem cismas. Mas é ainda mais importante preservar a integridade da doutrina da Igreja porque esta, afinal, vem do próprio Cristo e não do trono de São Pedro. Jesus pediu a Pedro que confirmasse seus irmãos na fé, mas não que lhes desse uma outra fé.

domingo, 4 de janeiro de 2015

Os novos cardeais de Francisco - Um conclave do terceiro mundo



Já anunciado em dezembro, o próximo consistório para a criação dos novos cardeais se dará em fevereiro próximo. A lista, entretanto, dos agraciados com a púrpura cardinalícia só foi divulgada hoje. São eles, com direito a voto num eventual conclave:

1 – Mons. Dominique Mamberti, prefeito da Signatura Apostólica
2 – Mons. Manuel José Macário do Nascimento Clemente, Patriarca de Lisboa
3 – Mons. Berhaneyesus Demerew Souraphiel, C.M., Arcebispo de Addis Abeba (Etiópia)
4 – Mons. John Atcherley Dew, Arcebispo de Wellington (Nova Zelândia)
5 – Mons. Edoardo Menichelli, Arcebispo de Ancona-Osimo (Itália).
6 – Mons. Pierre Nguyên Văn Nhon, Arcebispo de Hà Nôi (Viêt Nam).
7 – Mons. Alberto Suárez Inda, Arcebispo de Morelia (México).
8 – Mons. Charles Maung Bo, S.D.B., Arcebispo de Yangón (Myanmar).
9 – Mons. Francis Xavier Kriengsak Kovithavanij, Arcebispo de Bangkok (Tailândia).
10 – Mons. Francesco Montenegro, Arcebispo de Agrigento (Itália).
11 – Mons. Daniel Fernando Sturla Berhouet, S.D.B., Arcebispo de Montevidéu (Uruguai).
12 – Mons. Ricardo Blázquez Pérez, Arcebispo de Valladolid (Espanha).
13 – Mons. José Luis Lacunza Maestrojuán, O.A.R., Bispo de David (Panamá).
14 – Mons. Arlindo Gomes Furtado, Bispo de Santiago de Cabo Verde (Cabo Verde).
15 – Mons. Soane Patita Paini Mafi, Bispo de Tonga (Ilha de Tonga).

Aqui cabe ressaltar a insistência em não criar cardeais ratzingerianos, que mais uma vez vemos como marca dos consistórios franciscanos e a única regra absoluta que o pontífice reinante se impôs a seguir. O patriarca de Veneza, Dom Moraglia, continua humilhado sem o barrete vermelho a que teria direito se o Papa-Sol respeitasse os antigos costumes da Igreja. Francisco preferiu criar como cardeal o arcebispo de Agrigento, diocese que nunca na história teve um cardeal como cabeça e cuja a importância dentro da própria igreja italiana é praticamente nula (alguém já ouviu alguma coisa sobre Dom Montenegro?), a fazer cardeal o Patriarca de Veneza, Sé que deu à Igreja três papas no século XX. Lamentável, sem dúvida.

Como no consistório anterior, Francisco aposta em cardeais de lugares inusitados e, em alguns casos, igrejas locais muito pequenas. São os cardeais do fim do mundo para acompanhar o Papa do fim do mundo.

Francisco parece querer moldar o próximo conclave com muita força. Todos os papas fazem isso, de uma forma ou de outra, mas gradualmente. Bento XVI levou oito aos deixando o colégio e a cúria ratzingerianos...e depois esses elegeram Francisco, o que é um mistério insondável da alma humana! Francisco, contudo, age pela força, autocrático como sempre. A sanha em criar cardeais vindos de lugares exóticos, de pouca importância para a política interna da Igreja já se tornou uma marca e com isso o Papa acredita - pura especulação minha - eleger seu sucessor para "além do fim do mundo".

Na minha modesta opinião, que nada vale, a insistência do Papa nesse tipo de consistório se torna um espetáculo lamentável e de consequências vindouras para a Igreja que ainda não podemos mensurar. Levará anos, talvez décadas, para a Igreja se recuperar dessas decisões obviamente equivocadas e, mais uma vez, de caráter eminentemente populista. É um consistório bolivariano, sem dúvida, muito próximo das políticas "sociais" aplicadas nos países do eixo "Foro de São Paulo".

O colégio de cardeais é, de alguma forma, o Senado da Igreja. Nele estão os melhores dos melhores (os melhores progressistas também), os bispos das dioceses mais importantes, das maiores igrejas particulares, das dioceses mais ricas (no caso dos alemães, é claro), etc. Não se enquadra em nenhuma categoria, por exemplo, a diocese de Santiago de Cabo Verde. Não é falta de respeito, é bom senso mesmo.

Que o Papa queira nomear cardeais de dioceses pequenas, localizadas no "fim do mundo", é uma prerrogativa pontifícia, mas preterir dioceses importantes e de relevo para a Igreja é colocar-se, mais uma vez, acima da própria Igreja. 

Analisando racionalmente, o arcebispo de Salvador  e primaz do Brasil - o maior país católico do mundo, por enquanto - tem muito mais precedência que o Bispo de Tonga. Entretanto, dom Murilo Krieger não foi feito cardeal, mais uma vez.

Não sei o que se passa na cabeça do pontífice quando decide seus novos cardeais. Talvez pense "quem é o mais desconhecido de todos? Que país está mais perdido no mapa?" e, pabum!, escolhe o bispo de Addis Abeba, na Etiópia. Talvez faça isso com a ajuda de um grande globo, girando-o e repousando seu dedo ao acaso. Não sei! Mas o que sei é que as nomeações e, especialmente, as não nomeações custarão caro o Papa que, penso eu, se acha inalcançável por qualquer ressentimento.

Mais uma vez os EUA foram preteridos na criação de novos cardeais. Com a ótica típica de um pensamento terceiromundista ou bairrista, Francisco se diverte criando cardeais os bispos que o mundo até então nem sabia que existiam. Outros, por sua vez, esperam.

Francisco, embora tenha vindo do fim do mundo, se esquece que o mesmo é redondo e dá voltas.

O que virá a seguir? O que sairá desse conclave cada vez mais "exótico", repleto de figuras do fim do mundo? Não sei... só sei que o fim está próximo!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

2015, o Ano da Vida Consagrada e a falência dos Franciscanos

Em 2015 celebra-se em toda a Igreja o "Ano da Vida Consagrada". Neste ano o Papa Francisco, através da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, "convida-vos a refletir sobre o tempo de graça que nos é dado viver".

O documento inicial deste ano, publicado com as rubricas do próprio Prefeito, João Braz de Aviz, e do seu fiel colaborador, José Rodrigues Carballo, apresenta de forma nada acidental a figura de Francisco de Assis já nos primeiros parágrafos. E quem poderia imaginar que, às vésperas do começo desse ano da Vida Consagrada, seriam justamente os franciscanos o símbolo mais gritante do modelo falido que a dupla Aviz-Carballo quer apresentar para toda a Igreja.

Recentemente o mundo católico foi surpreendido, ou talvez nem tanto já que os veículos de informação não se dignaram a reportar pelo mundo tal notícia, pela falência da cúria dos Frades Menores que se deu por  operações "financeiras opacas, por conta da reestruturação de um hotel em Roma, com vistas ao Vaticano". "O escândalo, que saiu em Panorama (18 de dezembro), teria explodido em outubro. Os investimentos, escreve o vaticanista do semanário, Ignazio Ingrao, remetem ao período em que era superior dos frades menores José Rodriguez Carballo, hoje secretário da Congregação para os religiosos. Está sob acusação o ex-ecônomo geral, o Fr. Giancarlo Lati, que foi demitido juntamente com alguns conselheiros.".

O arcebispo Carballo, como fez bem em nos lembrar o blog Fratres in Unum, foi a primeira nomeação de Francisco para a Cúria Romana como secretário da Congregação para os Religiosos. O mundo progressista amou de imediato a nomeação de Carballo, tecendo elogios mil a sua pessoa e ao Papa. Carballo é  "natural de Espanha, foi ministro da Província Franciscana de Santiago de Compostela, presidente da União dos Frades Menores da Europa e mestre dos jovens em formação".

Se analisarmos superficialmente o currículo de Carballo, vemos que o digníssimo 119.° sucessor de São Francisco de Assis é um completo desastre. Além da falência e das operações financeiras escandalosas, o arcebispo assistiu passivamente ao desmoronamento dos franciscanos na sua própria terra natal.

Franciscanos espanhóis reunidos em Madri. Reparem na "juventude" dos irmãos.

No último dia 29/dez os remanescentes das províncias franciscanas de Bética, Castilla, Cataluña, Cartagena, Granada, Valencia e a Custodia de San Francisco Solano, muitas delas centenárias, se reuniram em Madri para formalizar o processo de fusão que levará o país a ter uma única província. Segundo o comunicado, a nova província contará com aproximadamente 400 religiosos, a maioria bem acima dos 60 anos.

É escandaloso que Carballo seja secretário da Congregação que, de alguma forma, deveria tentar incentivar o crescimento e progresso das comunidades religiosas. Seu passado o desqualifica para a função! Pode ser escandaloso, mas é antes de tudo sintomático.

Carballo e Braz de Aviz, além de Francisco (o Papa, não o Santo), possuem uma visão muito diferente da vida religiosa. Seu magistério sobre a vida consagrada "significa renovar a vida segundo o Evangelho, não no sentido de radicalidade entendida como modelo de perfeição e, muitas vezes, de separação". Na prática isso quer dizer aderir, de alguma forma, à mundanidade e apresenta o regular como secular. O resultado prático desse magistério é a derrocada que vemos e noticiamos: milhares de conventos e mosteiros vazios, já que o religioso atual não deve se separar seja lá do que for, muito menos do mundo; religiosos e religiosas vivendo uma vida escandalosa e diametralmente oposta ao carisma dos fundadores, já que devemos entender a vida evangélica não "no sentido de radicalidade entendida como modelo de perfeição". É claro que tal crise não se originou com Francisco ou Carballo, sendo ambos religiosos (o primeiro, jesuíta, e o segundo franciscano), antes os dois a personificam perfeitamente.

De posse desse "magistério" apresentado pela trinca Bergoglio-Carballo-Aviz, entendemos com muita tranquilidade, por exemplo, o ódio visceral que os três sentem pelos Franciscanos da Imaculada. A congregação dos filhos da Imaculada é um anti-magistério, se posiciona como antítese a tudo aquilo que os três pregam e entendem como modelo de vida religiosa. Por isso deve ser esmagada de forma impiedosa.

2015 pode ser o ano da vida consagrada falida em todos os sentidos - financeiro, estrutural, vocacional e espiritual. Um ano que deveria colocar os secretários e membros da Congregação debruçados sobre o projeto de vida religiosa que deu errado, reavaliar e conduzir os religiosos por um novo caminho. Isso acontecerá? Claro que não! Bergoglio-Carballo-Aviz não possuem a capacidade crítica para enxergar o erro! Pelo contrário, insistem e persistem.

O documento para o ano da Vida Consagrada tem por título "Alegrai-vos". O mais justo, entretanto, seria "Arrependei-vos".
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