sábado, 20 de dezembro de 2014

Mais um bispo conservador na mira? Mais um...


Já vimos o filme antes: o protagonista é sempre um Bispo conservador, fiel ao catecismo e à Doutrina da Igreja, sóbrio na liturgia e, em alguns casos, incentivador público da missa antiga. Os seus antagonistas são meia dúzia de leigos progressistas que o acusam de retrógrado, involuído e clamam aos céus - leia-se Vaticano - pela remoção do prelado.

Nos tempos do franciscanismo bergogliano já vimos pelo menos cinco bispos conservadores caindo. O seu antigo desafeto, Dom Rogelio Livieris, de Ciudad del Este; Dom José Luis Mollaghan, que foi removido para um cargo que não existe até hoje; o cardeal Piacenza que caiu pouco tempo depois do conclave; o cardeal Burke, cuja remoção foi apenas um detalhes depois de meses de humilhações; Dom Franz-Peter Tebartz-van Elst, conhecido como "bispo de luxo", mas um sólido conservador. Não contabilizamos o bispo italiano de Albenga-Imperia, Dom Mario Oliveri, que ainda não caiu oficialmente, mas que se encontra na mira de Francisco e espera apenas que o pontífice puxe o gatilho.

Agora é a vez do bispo de Liechtenstein, dom Wolfgang Haas, um conhecidíssimo padrinho do motu proprio Summorum Pontificum, receber de uma parcela ínfima do laicato da sua diocese as mesmas acusações.

Reproduzo uma matéria da agência da FSSPX, DICI

Seguindo o exemplo do movimento suíço "Ça suffit!" (Basta!) da diocese de Chur, uma associação de leigos de Liechtenstein está colocando pressão no arcebispo de Vaduz para que faça a diocese "evoluir". Pelo 17º aniversário da diocese, a associação "Pour une Eglise ouverte" (Para uma Igreja aberta) publicou em 4 de dezembro, nas colunas dos jornais locais, uma carta aberta ao ordinário do distrito, bispo Wolfang Haas, antigo bispo de...Chur. Nesta carta, os "fiéis" consideram "urgente para a Igreja em Liechtenstein se posicionar claramente ao lado do Papa Francisco e apoiar os seus projetos de reforma". De forma concreta, ela reprova a arquidiocese por não consultar os leigos durante a preparação para o Sínodo sobre a família de outubro passado. A associação teria apreciado "se as bases" pudessem se expressar sobre os temas do casamento e da sexualidade. "Mesmo hoje a arquidiocese permanece em silêncio" lamenta o autor da mensagem. "E a vontade do Sínodo é que esses temas sejam discutidos nas comunidades locais".
A associação ainda considera que a arquidiocese "tem muitos padres incardinados" (aproximadamente sessenta). E muitos deles não são "suficientemente qualificados". "Nós pedimos uma reavaliação dos quadros da arquidiocese e que o envolvimento pastoral esteja mais disponível para os assistentes, catequistas e diáconos permanentes" declarou a associação. Em outras palavras: menos padres, mais leigos. 
Os autores da carta-manifesto estão atentos à forma como o jogo deve ser jogado para uma eventual remoção do bispo. Sabem que argumentos, hoje, com Francisco, têm mais peso que a doutrina ou a ortodoxia. Jogam com a "evolução", ou seja, a diocese é atrasada ou quem sabe "cripto-lefebvrista"? Jogam com a participação dos leigos, com o sínodo e, por último, contrapõem a arquidiocese ao Papa quando pedem que a mesma se posicione "claramente ao lado do Papa Francisco". Os manifestantes não acusaram, ainda, o bispo de mau uso dos recursos financeiros da diocese - este sim um crime gravíssimo aos olhos de Bergoglio.

Está aberta de fato a temporada de caça aos bispos conservadores. E a matilha é formada por aquela meia dúzia de leigos grisalhos insatisfeitos, saudosistas da década de 70 e inconformados com os pontificados de João Paulo II e Bento XVI, que agora enxergam em Francisco um revival de antigas e obscuras forças. E lembrem-se: este é apenas o segundo ano de pontificado!

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