sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Novos rumos no Opus Dei

(Eulogio López - Hispanidad  | Tradução blogonicus) - Oficialmente os fatos são estes: mons. Javier Echevarría, prelado do Opus Dei, anuncia sua retirada paulatina e nomeia como auxiliar o Mons. Fernando Ocariz (foto), até agora vigário da Obra. E este é substituído como vigário geral pelo atual responsável pela obra na Argentina, Mons. Mariano Fazio.
(...)Como em todas as razões oficiais, tudo nos revela a verdade, nada mais que a verdade, mas não toda a verdade.
Para que seja toda a verdade, necessitamos destacar que o Papa Francisco comunicou ao mons. Echevarria numa mensagem muito portenha: cuide da sua saúde. É o mesmo quando um britânico ouve de seu chefe que é já é hora de cuidar melhor do seu jardim.
(...) E como dom Javier Echevarria é um cristão obediente aos seus superiores, imediatamente começou a sua retirada, com as ditas nomeações.
(...) Foi o próprio mons. Fazio quem entregou  o novo "organograma" a Francisco, a quem este respondeu: "Eu não pedia tanto...". Não se sabe se pedia tanto, mas alguns suspeitam que pedia algo mais. Não pedia que o espanhol Fernando Ocáriz, 69 anos, sucedesse a Echevarría, mas que o fizesse o próprio mons. Fazio (54 anos).
E isso posto, o assunto adquire um outro tom, ligeiramente mais cinza, se o Papa Francisco decidir dilatar a nomeação, como bispo, de Ocáriz.



(Cesáreo Marítimo - Blog Germinans Germinabit | Tradução blogonicus) - O novo vigário geral da Prelazia do Opus Dei é argentino e amigo do Papa Francisco. Suponho que se trata de alinhar o Opus Dei aos novos tempos da Igreja. Possivelmente o mesmo Papa influenciou nesta nomeação. E como em toda nomeação em que se movem instâncias de poder, o novo Vigário Geral, mons. Mariano Fazio (foto acima), atraiu sobre si os focos de todo tipo de informativos. E, evidentemente, se tira da hemeroteca para definir o personagem.

Se está dando nestes dias uma ampla circulação de um artigo que escreveu mons Fazio no Clarín há três anos. O parágrafo mais chamativo desse artigo, e que suscita mais comentários, é o que segue: "Vivemos dias de busca, nos quais palavras como indignação, revolta, manifestação, insatisfação, possuem uma ressonância especial. A sociedade de consumo não logra saciar o homem e os jovens a denunciam. Esse é o nosso eclipse. Entretanto, os homens e as mulheres de hoje não renunciam aos grandes ideais, queremos gritar com força o mesmo que há tantos anos "Liberdade, igualdade, fraternidade!". Não queremos ceder ao cinismo ou ao conformismo".

Tem cabimento colocar em questão a idoneidade deste monsenhor por ter escrito estas palavras? A tristeza, uma verdadeira tristeza, é que tenhamos que lamentar essas palavras de mons. Fazio, porque são nada mais e nada menos que o grito de guerra do Iluminismo contra a Igreja.


***
Sem dúvida há um efeito Francisco circulando pela Igreja. Não é, nem de longe, uma redescoberta da
fé ou uma corrida em massa aos sacramentos, como quer pintar alguma mídia, secular ou não, quando fala do pontífice argentino.
O verdadeiro efeito Francisco é sentindo nas comunidades tradicionais ou de perfil mais conservador. As pequenas, o Papa esmaga sem pestanejar; as grandes, como o Opus Dei, vai mudando aos poucos através de manobras e promoções de clérigos afinados com o seu estilo pessoal.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Mais um bispo conservador na mira? Mais um...


Já vimos o filme antes: o protagonista é sempre um Bispo conservador, fiel ao catecismo e à Doutrina da Igreja, sóbrio na liturgia e, em alguns casos, incentivador público da missa antiga. Os seus antagonistas são meia dúzia de leigos progressistas que o acusam de retrógrado, involuído e clamam aos céus - leia-se Vaticano - pela remoção do prelado.

Nos tempos do franciscanismo bergogliano já vimos pelo menos cinco bispos conservadores caindo. O seu antigo desafeto, Dom Rogelio Livieris, de Ciudad del Este; Dom José Luis Mollaghan, que foi removido para um cargo que não existe até hoje; o cardeal Piacenza que caiu pouco tempo depois do conclave; o cardeal Burke, cuja remoção foi apenas um detalhes depois de meses de humilhações; Dom Franz-Peter Tebartz-van Elst, conhecido como "bispo de luxo", mas um sólido conservador. Não contabilizamos o bispo italiano de Albenga-Imperia, Dom Mario Oliveri, que ainda não caiu oficialmente, mas que se encontra na mira de Francisco e espera apenas que o pontífice puxe o gatilho.

Agora é a vez do bispo de Liechtenstein, dom Wolfgang Haas, um conhecidíssimo padrinho do motu proprio Summorum Pontificum, receber de uma parcela ínfima do laicato da sua diocese as mesmas acusações.

Reproduzo uma matéria da agência da FSSPX, DICI

Seguindo o exemplo do movimento suíço "Ça suffit!" (Basta!) da diocese de Chur, uma associação de leigos de Liechtenstein está colocando pressão no arcebispo de Vaduz para que faça a diocese "evoluir". Pelo 17º aniversário da diocese, a associação "Pour une Eglise ouverte" (Para uma Igreja aberta) publicou em 4 de dezembro, nas colunas dos jornais locais, uma carta aberta ao ordinário do distrito, bispo Wolfang Haas, antigo bispo de...Chur. Nesta carta, os "fiéis" consideram "urgente para a Igreja em Liechtenstein se posicionar claramente ao lado do Papa Francisco e apoiar os seus projetos de reforma". De forma concreta, ela reprova a arquidiocese por não consultar os leigos durante a preparação para o Sínodo sobre a família de outubro passado. A associação teria apreciado "se as bases" pudessem se expressar sobre os temas do casamento e da sexualidade. "Mesmo hoje a arquidiocese permanece em silêncio" lamenta o autor da mensagem. "E a vontade do Sínodo é que esses temas sejam discutidos nas comunidades locais".
A associação ainda considera que a arquidiocese "tem muitos padres incardinados" (aproximadamente sessenta). E muitos deles não são "suficientemente qualificados". "Nós pedimos uma reavaliação dos quadros da arquidiocese e que o envolvimento pastoral esteja mais disponível para os assistentes, catequistas e diáconos permanentes" declarou a associação. Em outras palavras: menos padres, mais leigos. 
Os autores da carta-manifesto estão atentos à forma como o jogo deve ser jogado para uma eventual remoção do bispo. Sabem que argumentos, hoje, com Francisco, têm mais peso que a doutrina ou a ortodoxia. Jogam com a "evolução", ou seja, a diocese é atrasada ou quem sabe "cripto-lefebvrista"? Jogam com a participação dos leigos, com o sínodo e, por último, contrapõem a arquidiocese ao Papa quando pedem que a mesma se posicione "claramente ao lado do Papa Francisco". Os manifestantes não acusaram, ainda, o bispo de mau uso dos recursos financeiros da diocese - este sim um crime gravíssimo aos olhos de Bergoglio.

Está aberta de fato a temporada de caça aos bispos conservadores. E a matilha é formada por aquela meia dúzia de leigos grisalhos insatisfeitos, saudosistas da década de 70 e inconformados com os pontificados de João Paulo II e Bento XVI, que agora enxergam em Francisco um revival de antigas e obscuras forças. E lembrem-se: este é apenas o segundo ano de pontificado!

sábado, 6 de dezembro de 2014

Foto do dia: Ciudad del Este depois da intervenção bergogliana


Na foto acima Mons. Ricardo Valenzuela, Administrador Apostólico da diocese de Ciudad del Este, visita os membros da Comunidade Missionária de Jesus.
Depois da infame intervenção ordenada pessoalmente pelo papa Francisco, a diocese teve seu bispo removido em tempo recorde - o que prova por A mais B que a intervenção foi apenas uma encenação apresentada pelo papa e seu cardeal espanhol Santos Abril - e um novo prelado nomeado. Sobre isso já falamos aqui.
Reparem na imagem. Os membros da Comunidade ainda se encontram profundamente marcados pelo espírito que o antigo bispo, o corajoso Mons Rogelio Livieris, lhes deixou. Um espírito que não é outro senão aquele da Igreja Católica de sempre, autêntica missionária e seguidora de Jesus.
Reparem que o Administrador Apostólico, que representa o Papa no governo de uma diocese sem bispo instalado, é o retrato daquela igreja falida da década de 70, a mesma que encontra em Francisco o seu autêntico representante.
Este é o retrato verdadeiro do falado efeito Francisco. Não se trata de renovação, mas de um movimento reacionário da velha guarda, embolorada e moribunda, que se amotinava nos porões ou catacumbas, como fez Dom Helder, contra tudo aquilo que era católico.

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