sábado, 5 de julho de 2014

A Corrida Presidencial

Neste mês de julho os candidatos aos diversos cargos em disputa no pleito de outubro começam a mover suas peças. Alianças e traições já foram definidas em todos os estados, com uma imensa onda de desobediência ao princípio da verticalidade partidária.

Os candidatos à presidência da república já estão em campanha aberta. A presidente Dilma, candidata à reeleição, está em campanha desde 2013, mas amarga sucessivos desgastes políticos, misturados a muita incompetência no trato com a máquina pública e um crescimento inexpressivo - ou mesmo vergonhoso - da economia. Dilma amarga quedas sucessivas nas pesquisas de intenção de votos.

A principal missão é, sem dúvida, tirar Dilma e o PT do poder. E para conseguirmos esse objetivo fundamental para o futuro do país é preciso ser inteligente. A única alternativa viável contra o PT é o PSDB. Sim, é um discurso polarizado, mas inevitável na atual situação.

O PSDB não é um partido dos sonhos e não encarna no seu espírito os valores morais cristãos-católicos que todos nós sonhamos. Entretanto, o estado das coisas é tão lastimável no país que precisamos escolher o mal menor, que é o PSDB.

O PT e seus congêneres (PSTU, PSOL, PSB, PCdoB, PCB, PCO, Rede etc) são favoráveis ao aborto, ao gayzismo, à cubanização do Brasil e do restante da América Latina. Só isso já é mais do que o suficiente para nos deixar com a coluna em riste contra o partido. Mais do que isso, o PT & cia. tem um projeto de poder do qual não abre mão e faz de tudo - lícito ou ilícito - para a perpetuação desse projeto.

Este ano, diferente da eleição anterior, temos um cenário mais diversificado. No pleito anterior existia sim a polarização PSDB e PT, mas que contou com um agente desestabilizante chamado Marina Silva, que conseguiu uma votação expressiva no primeiro turno. O fator Marina foi muito importante para a vitória de Dilma por dois motivos. O primeiro, e mais objetivo, foi a incapacidade do candidato do PSDB, na época José Serra, em angariar votos entre os marineiros. O segundo, que em parte justifica o primeiro, foi a proximidade ideológica entre Marina e o PT. Na verdade os votos de Mariana foram "guardados" durante a campanha e direcionados para Dilma, porque o público e as propostas das duas eram muito parecidas. A Marina do PV serviu como um cavalo de Troia na campanha do PSDB que ficou confuso e sem saber em quem atirar. E numa guerra não se desperdiça munição.

Esse papel desestabilizador, hoje, cabe ao candidato do PSB Eduardo Campos. Tanto é verdade que ele escolheu Mariana como vice. Campos repete a mesmíssima estratégia de Marina, ou seja, propor-se como uma via alternativa ao cenário político polarizado, representando um "novo verdadeiro" e purificado das mazelas políticas brasileiras. Se tudo ocorrer como o planejado, Dilma usará o seu enorme tempo na TV para propor pactos e novos PACs, enquanto caberá a Eduardo Campos atacar Aécio Neves; uma estratégia sanduíche que visa esmagar o senador mineiro. O segundo turno, como tudo indica, será entre Dilma e Aécio, com Campos e Marina voltando ao curral petista e declarando seu apoio filial a presidentA.

Entretanto há um problema inesperado com a estratégia. O cenário político não é o mesmo e está muito pior para o PT. Sem contar que os votos de Marina, da eleição passada, não migraram e prometem não migrar para Eduardo Campos. Marina já não é mais aquela novidade que entusiasmava adolescentes em primeira eleição ou universitários chapados. Marina não é mais cult ou pop, está mais para um rococó confuso.

E, para piorar para o PT, os candidatos nanicos estão com uma qualidade muito superior ao do pleito anterior. Dois nomes estão ganhando destaque - Pastor Everaldo e Denise Abreu.

Pastor Everaldo conta com 4% das intenções de voto, confirmados por várias pesquisas. É um percentual grande quando comparamos com Eduardo Campos, que já foi governador de estado e tem Marina como vice, que tem entre 10% e 4%, dependendo da pesquisa. Como reconheceu o jornalista Reinaldo Azevedo, Pastor Everaldo fala coisa com coisa e tem coragem para defender posições consideradas de direita, o que para a política brasileira, toda pautada por uma agenda socialista, seria quase um suicídio. Questionado já em Abril pelo site UOL, Pastor Everaldo destaca suas bandeiras (grifos meus):

Vamos defender valores da família, da vida do ser humano desde a sua concepção, como consta na Constituição brasileira. Do ponto de vista econômico, somos liberais. Temos um projeto que busca a economia livre, com empreendedorismo, desenvolvimento econômico, mobilidade urbana, meio ambiente sustentável, educação e saúde livre e descentralizada, esportes e culturas independentes, liberdade civil e política. Nós achamos que a segurança pública é uma das mais áreas de maior apreensão do cidadão brasileiro e, nesse ponto, temos uma legislação penal confusa, com excesso de recursos. Vamos investir na segurança pública, dando atenção especial às Forças Armadas, que foram sucateadas por esse governo. Para nós, uma governança ativa requer descentralização e municipalização, com respeito ao direito da propriedade privada. Enquanto esse governo é estatizante, nós somos privatizantes. Tudo que for possível tirar da mão do Estado e passar para a iniciativa privada, para que os recursos possam ir para a saúde, educação e segurança publica, nós vamos fazer.

O discurso do Pastor é afinado com a vontade da maioria dos brasileiros, que é conservadora e de direita, mas que não tem em quem votar. Pelo menos não tinha. Marcar constantes 4% nas pesquisas, sem ser conhecido e defendendo valores abominados por muitos partidos, donos de jornais, empreiteiros e onguistas é um feito e tanto. Junte-se a isso o fato de ser "pastor".

Pastor Everaldo estará no debate de presidenciáveis da rede Globo e possivelmente de outros canais. Ele é o primeiro representante da maioria muda do país e, se conduzir a sua candidatura na linha apresentada acima, pode não vencer, mas participará do renascimento da direita no país. Neste pleito Pastor Everaldo é muito mais importante, para o futuro do país, que Marina Silva e sua homeopática política alternativa.

Temos também Denise Abreu que, sem fundos milionários ou apoio de empreiteiros e banqueiros, vem na mesma linha do Pastor Everaldo, embora com menos visibilidade. Denise Abreu tem um canal no Youtube onde tece críticas inteligentes ao PT e recebe convidados de calibre intelectual, como o prof. Olavo de Carvalho, com regularidade. Denise Abreu tem carisma, inteligência e demonstra não só um conhecimento da máquina de destruir reputações do PT, da qual ela mesma é vítima, mas tem uma vontade de mudar e construir um Brasil através do esforço dos próprios brasileiros e não através de assistencialismo escravizante.

Mas nós precisamos ser realistas. O único nome, hoje, capaz de apresentar alguma dificuldade para o PT é Aécio Neves do PSDB, e mesmo assim não será fácil. O brasileiro, como já dito, é conservador e por isso mesmo pode até flertar com a novidade, mas deseja um candidato com um pouco mais de bagagem política. Everaldo e Denise são candidatos que certamente estarão fortalecidos para pleitos futuros, para cargos majoritários ou não.

O voto do católico conservador deve ir para Aécio. "Ah! Mas eu sou católico tradicional e não posso votar num partido de esquerda", dizem as mentes afetadas e que afirmam que votarão em branco pela ausência de um candidato ligado ao catolicismo tradicional. O que esperam? Algum padre da FSSPX concorrendo à presidência? Interessante que a recusa desses católicos - que certamente formam uma parcela insignificante do eleitorado nacional - só fortalece a esquerda comunista. O PSDB é uma social democracia, mas nem de longe apresenta a sanha controladora, esquerdopata do PT e congêneres. Dentro das fileiras do PSDB existe um amplo espectro ideológico que vai desde um leve socialismo até a direita-conservadora-liberal, algo inexistente nas entranhas do PT ou PSB-Rede.  Prova dessa diversidade é o que disse em recente entrevista o senador Aloysio Nunes, vice na chapa de Aécio:

VEJA - O senhor é contrário à criminalização do aborto e do usuário de drogas e a favor da rediscussão da maioridade penal. Esses temas são recorrentes nas campanhas políticas. Como acredita que se dará esse debate nestas eleições? 
SENADOR - Não temos uma unidade política em relação a muitos desses temas. Em muitos países, questões como essas foram decididas por plebiscito porque são temas que dividem verticalmente o sistema político. É uma questão mais de valores fundamentais do que um tema de cunho partidário e não creio que isso deva ser objeto de campanha. Em relação a drogas, o que deve ser discutido é a maneira de tratar o usuário e a forma mais eficiente de se combater o tráfico. O importante é como diminuir a demanda por drogas a partir de campanhas educativas, de mostrar que droga é uma droga e como tratar a pessoa que é vítima dessa doença. No caso do aborto, respeito as objeções morais, religiosas e até constitucionais, mas há um fato humano que precisa ser levado em conta. A mulher que decide interromper a gravidez já passa por um sofrimento muito grande e acho que seria cruel, desumano e ineficaz submetê-la a mais um castigo, o castigo da lei penal. O Aécio tem uma posição diferente da minha. Esses temas são mesmo uma questão pessoal.


Dilma sempre soube que um plebiscito sobre o aborto seria fatal para a causa abortista e por isso tenta impor desde cima a ideologia da morte, com uma discussão fictícia com a sociedade. Aécio, como toda a cúpula do PSDB, tem um medo absurdo e inexplicável de tocar em temas ligados ao universo pró-vida. Já afirmou que não vai interferir na legislação existente, que despenaliza o aborto no caso de estupro ou risco de vida para a mãe.

O PSDB não sabe lidar com o tema aborto na campanha com tranquilidade. Isso é uma falha grave e remete ao erro histórico de José Serra na campanha contra Dilma em 2010, quando o candidato tucano forçou com sucesso a agenda pró-vida contra Dilma até que o PT virou o jogo com uma confissão que a própria mulher de Serra já havia feito um aborto. Qualquer marqueteiro com meio neurônio saberia reverter a situação a favor de Serra, mas o PSDB entrou numa defensiva injustificável e facilitou o ataque petista em vários outros flancos.

Concluindo

Votar no PSDB, hoje, é dar uma chance para que no futuro um candidato conservador ou liberal possa existir. E convenhamos, é pouco provável que um eventual governo de Aécio ataque os valores cristãos de forma mais agressiva do que o governo do PT vem atacando.

Este blog e este blogueiro que vos escreve declara seu apoio ao candidato do PSDB. Não o faço por acreditar que Aécio é o candidato ideal, mas porque acredito que é o candidato que pode nos apresentar um futuro mais livre.

Em outubro não decidiremos apenas quem será o próximo presidente, mas se o Brasil vai ou não se tornar uma ditadura bolivariana, afundada na incompetência pública, na violência e no caos generalizado.

Dessa forma, escolher um pouco de esperança é melhor do que nenhuma esperança.

6 comentários:

Anônimo disse...

Gostei muito deste artigo, sensato e realista. Ainda hoje pedi, discretamente, votos para ele, dizendo que era nosso dever apear do poder o PT, partido que está causando a morte da sociedade brasileira.
Meus parabéns.
João

Paulo disse...

PELO MENOS, VOTAR NO PSDB NÃO É PARTIDO PSICOPATA E IMPOSTOR COMO O STALINISTA PT!
VOTAR EM PARTIDOS COMUNISTAS ABORTISTAS PODE GERAR EXCOMUNHÃO AUTOMÁTICA AO CATÓLICO CIENTE DESSE VETO!
Os partidos políticos que têm o aborto como plano oficial de governo como PT, PC do B, PSOL, PSTU, PV, PVB, PCO, PCB etrc, - aos católicos que já foram informados, leram isso - geram-lhes pois excomunhão automática da Igreja aos cientes desse veto, apesar disso os apoiam, se associam ou votam, além disso, os 10 últimos papas até Bento XVI têm duras condenações aos marxistas, simpatizantes e apoiadores e ele intitulou aos irmãos gemeos comunistas/nazistas/fascistas de "chuvas ácidas"; ao comunistas "pestes vermelhas" e aos nazistas e fascistas de "pestes negras".
O papa Leão XIII: Os comunistas, socialistas e niilistas são uma peste mortal que como a serpente... Encicl. QAM
Em 1949, a Congregação do Santo Ofício – hoje Congregação para a Doutrina da Fé – publicou um documento para solucionar as dúvidas dos fiéis da Igreja Católica:

1 - É permitido aderir ao partido comunista ou favorecê-lo de alguma maneira?

Não. O comunismo é de fato materialista e anticristão; embora declarem às vezes em palavras que não atacam a religião, os comunistas demonstram de fato, quer pela doutrina, quer pelas ações, que são hostis a Deus e à verdadeira religião e à Igreja de Jesus Cristo.

2- É permitido publicar, divulgar ou ler livros, revistas, jornais ou tratados que sustentam a doutrina e ação dos comunistas ou escrever neles?

Não, pois são proibidos pelo próprio direito (remissão ao Codex Iuris Canonici, CIC, 1.399, de 1917).

3 - Fiéis cristãos que consciente e livremente fizeram o que está em (1) e (2), podem ser admitidos aos sacramentos?

Não, seguindo os princípios ordinários determinando a recusa dos sacramentos àquele que não tem a disposição requerida. Fiéis cristãos que professam a doutrina materialista e anticristã do comunismo, e sobretudo os que as defendem e propagam, incorrem pelo próprio fato, como apóstatas da fé católica, na excomunhão reservada de modo especial à Sé Apostólica?

Sim.

Em 1959, a Congregação do Santo Ofício complementou as determinações fixadas anteriormente: Questão. É permitido aos cidadãos católicos, ao elegerem os representantes do povo, darem seu voto a partidos ou a candidatos que, mesmo se não proclamam princípios contrários à doutrina católica e até reivindicam o nome de cristãos, apesar disto se unem de fato aos comunistas e os apoiam por sua ação?
Resposta: Não, segundo a diretiva do Decreto do Santo Ofício de 1o. de Julho de 1949, n.1 [3865]. [2].

Embora faça referência ao Código de Direito Canônico de 1917, as orientações publicadas pela então Congregação do Santo Ofício não foram revogadas com o Código de 1983, que no cânon 1364, §1, reza: O apóstata da fé, o herege ou o cismático incorre em excomunhão latae sententiae.
Portanto, de acordo com a questão n. 4 e sua respectiva resposta (Documento de 1949), o fiel cristão que “professa”, que “defende” e “propaga” o Comunismo – esteja ele filiado a partidos, organizações ou instituições nominalmente comunistas ou às que, embora não estampem tal insígnia, preservam no seu interior as teses comunistas [3]; ou que vota nos candidatos comunistas ou em seus aliados (Documento de 1959) – este fiel está automaticamente excomungado [4].

Mas, para que haja a excomunhão imediata é necessário que o fiel tenha a consciência de que a sua conduta é condenada pela Igreja Católica e que, mesmo ciente, persista no erro – em outras palavras, é necessário haver “contumácia”, obstinação, teimosia.

Anônimo disse...

Serra ministro da Saude era do PSDB e aprovou o aborto no Brasil< que mal menor sera esse hein?
Luis Augusto

Anônimo disse...

No caso do PSDB a aprovação do aborto é a critério de cada candidato, mas não é um programa oficial do partido, portanto o PSDB em si não é um partido abortista como o PT.
Jose Serra era, é, mas iniciativa pessoal, não do PSDB

Anônimo disse...

Caro anonimo, Essa desculpa não cola se o PSDB não é abortista por que drixou seu ministro aprovar tal lei , ora ora ministros não podem gerenciar suas pastas por iniciativa pessoal mas seguem o planejamento de seus respectivos governos, então o PSDB é a favor sim do aborto, mas não admite, ainda por cima são covardes, pois deveriam admitir que são abortistas sim senhor, Agora os católicos que votarem no PSDB achando este ser um mal menor, depois não reclamem se no governo do Aécio Neves o aborto for descriminalizado e o casamento gay se espandir de vez . Espere e vera. O PSDB ideológicamente é um partido Socialista Fabiano, ou seja são socialistas mais vivem sob o disfarce conservador para enganar os incautos, Os conservadores brasileiros na sua maioria são incautos e acabam cavando a sua própria cova caindo no conto dos enganadores, Luis Augusto

Anônimo disse...

Caro Luis Augusto: as diferenças entre PT e PSDB não são profundas; o PT é stalinista, chega virando a mesa, o PSDB é devagar, mas na mesma direção, no aliciamento e dialoga algo, embora sejam todos comunistas, controlados pela Alta Maçonaria e na situação atual, o PSDB seria menos ruim pois o PT é péssimo. O Brasil é a mesma colônia de outrora, hoje nas mãos dos donos do mundo, fala-se por aí aleatoriamente que seriam os Illuminati: Bildbergs, Rothschilds etc., talvez a NWO-ONU.?..
Entre 2 males, escolhe-se o que pode ser menor.
Lembremos de Tiririca: "pior que tá num fica"!

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