segunda-feira, 26 de maio de 2014

Comunhão aos divorciados não se reduz a casuística, afirma Papa Francisco


(ACI | Tradução Blogonicus) - Roma, 26 de maio - Na coletiva de imprensa no voo de regresso da Terra Santa a Roma, o Papa Francisco se referiu ao tema da comunhão para os divorciados em segunda união e expressou que não gostou que muitos "falassem da comunhão aos divorciados como se tudo se reduzisse a uma casuística".

O Papa agradeceu ao jornalistas que perguntou sobre este tema e [sobre] as expectativas de um setor dos católicos por uma mudança nas normas da Igreja.

O Papa respondeu que o Sínodo que se celebrará em outubro "será sobre a família, seus problemas, sobre a riqueza da família, a situação atual da família" e esclareceu que "a apresentação preliminar feita pelo Cardeal Kasper tinha cinco capítulos. Quatro sobre as coisas bonitas da família desde o aspecto teológico, as problemáticas familiares, o problema pastoral das separações, a nulidade matrimonial, os divorciados e o problema da comunhão".

"Não gostei que tantas pessoas, inclusive na Igreja, sacerdotes, etc. falassem da comunhão aos divorciados como se tudo se reduzisse a uma casuística. Sabemos que há uma crise da família. Os jovens não querem se casar ou não se casam, convivem... Eu não queria que entrássemos na casuística: o que se pode fazer ou não se pode fazer... Por isso agradeço tanto a esta pergunta, pois me dá a oportunidade de esclarecer. O problema pastoral da família é muito, muito amplo e não se deve desfolhar caso a caso", indicou.

Ele lembrou que o Papa Bento XVI disse três vezes "uma vez em Alto Adige, uma em Milão e um em um consistório", que se deve "estudar os processo de anulação do casamento. Estudar a fé com que uma pessoa vai para o matrimônio, e esclarecer que os divorciados não são estranhos. Muitas vezes eles são tratados como se fossem. Tenho certeza de que foi o Espírito do Senhor que nos levou a escolher este tema para o Sínodo. A família precisa de muito cuidado pastoral ".



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Algumas perguntas ainda não foram esclarecidas por este "esclarecimento". O Papa Francisco não deu ao jornalista uma resposta clara e definitiva sobre a impossibilidade de mudança na doutrina da Igreja sobre os divorciados. Preferiu uma saída pela tangente, que não desaponta "as expectativas de um setor dos católicos por uma mudança nas normas da Igreja". O Papa também não se distanciou do Teorema Kasper, apenas divagou sobre a existência de cinco capítulos na apresentação do mesmo. Sem dúvida o Papa estava preparado para esta pergunta, porque lembrar de imediato três localidades (Alto Adige, Milão e um Consistório) onde Bento XVI teria feito referências aos divorciados é pouco provável.

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