sexta-feira, 15 de julho de 2011

Mais especulações sobre as cadeiras vermelhas

Após a grande novidade - ou não - da nomeação do cardeal Patriarca de Veneza para a Sé mais importante da Itália, depois de Roma, os olhos curiosos e, principalmente, os ouvidos de lince dos vaticanistas italianos se voltam para terras além mar, do outro lado do atlântico.

Uma outra cadeira está sendo alvo de especulações que dão como certa e iminente a substituição do atual ordinário por um outro e, assim, a criação de mais um cardeal em "stand by" para os próximos consistórios.

Os vaticanistas foram precisos quando previram a nomeação de Scola como arcebispo de Milão, quase precisos na nomeação de Nichols para Westminster (havia grande disputa na época), e foram pegos de surpresa com a nomeação de Dolan como arcebispo de Nova York.

A Filadélfia, cadeira do atual cardeal Justin Rigali (foto), agora se torna o centro das apostas vaticanológicas. Há, no acerto dessas mudanças episcopais, um certo jogo de credibilidade entre os vaticanistas. Aquele que "canta" o nome correto com antecedência se torna digno de confiança do público e, assim, pode inventar qualquer tipo de conjectura absurda e previsão futurista que serão acatadas pelo público como verdades iminentes.

Um exemplo disso é o do vaticanista Andrea Tornielli que tem fontes muito bem informadas dentro do corpo curial vaticano. Tornielli, inclusive, foi quem deu como certa a nomeação de Scola. Mas quem não se lembra da sua previsão mirabolante, quase certa, de um documento da Congregação para o Culto Divino sobre questões "relativas à recuperação de um maior sentido de sacralidade na liturgia"?

Após a repercussão da sua previsão - que até hoje não se confirmou - e das consequentes desmentidas vaticanas, Tornielli, para não perder a credibilidade, frisou que:

" no meu artigo jamais falei de reformas iminentes ou de documentos já preparados, e no final dizia claramente que se tratava do começo de um trabalho. Um trabalho longo, que não quer impor as coisas do alto, mas envolver os episcopados. Falava da votação feita pela plenária da Congregação, do fato de o Cardeal Cañizares ter levado os resultados ao Papa, do fato de que se começou a estudar, não “propostas institucionais de modificação dos livros litúrgicos”, mas sim indicações mais precisas e rigorosas relativas à modalidade de celebrar com os livros existentes e há pouco publicados."
Assim fica fácil prever o que quer que seja.
Bom, mas voltando à Filadélfia.

Marco Tosatti, do "La Stampa", afirma que a sucessão do cardeal Rigali é certa e breve. Os recentes escândalos de pedofilia e acobertamento de padres pedófilos prejudicaram a imagem e a credibilidade da arquidiocese e do seu arcebispo. Uma mudança significativa poderia ajudar a restaurar a confiança.

Por isso o nome do atual arcebispo de Denver, Dom Charles Chaput (foto), é cotado por Tosatti para substituir o velho cardeal Rigali, que já passou da idade de aposentadoria (76).

Chaput, considerado um dos bispos mais conservadores dos EUA e, até então, uma aposta certa para Chicago (Tornielli e Rodari) como também afirma Tosatti, seria uma guinada histórica na administração da arquidiocese. Rigali, ex-arcebispo de St Louis, é oriundo dos meios administrativos da maquina curial, sem grande experiência pastoral antes do episcopado.

Charles Chaput se alinha facilmente com o pontificado de Bento XVI em todos os seus aspectos e por isso é considerado o "coringa" no baralho episcopal das grandes nomeações vaticanas para os EUA. O destino de Chaput já foi traçado, segundo os vaticanistas, e envolve um barrete vermelho. Resta saber se este barrete virá de Chicago ou da Filadélfia.

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