sábado, 25 de junho de 2011

Missa Tradicional em Lujan

Reproduzindo do blog "Pagina Católica".

Não muitos anos atrás, em 21 de agosto de 2006, o ex-reitor da Basílica de Luján, teve o atrevimento e a ousadia para proibir um bispo católico de celebrar a Missa Tradicional no Santuário Nacional.

Se passaram apenas cinco anos, nada comparado com a história da Igreja, no entanto, no aspecto litúrgico, uma imagem completamente diferente está diante dos nossos olhos. Que é, sem dúvida, devido a uma graça especial de Deus, mas também,  na ordem humana, à intransigência delicada com a qual o Papa apoia e incentiva o movimento de restauração litúrgica que preside, cujos frutos podemos contar o que anunciamos abaixo:

No dia 22 de agosto próximo, na conclusão da segunda peregrinação de Nossa Senhora da Cristandade após 100 km de caminhada, será realizada no altar principal da Basílica de Luján , a Missa na forma extraordinária do Rito Romano. Depois de mais de 40 anos e por Dom Antonio Baseotto, o bispo vetado em 2006!

Segundo a imprensa publicou na época, ele disse que os organizadores da missa cancelada:
"Ainda que Bento XVI queira reviver a tradição, a nossa Basílica de Luján está ocupada. Quando puderem ser celebrdas cerimônias católicas como o direito determina, voltaremos. "
O tempo chegou antes do esperado. Louvado seja Jesus Cristo!


***

É, caro leitor, na Argentina eles conseguiram. E no Brasil? Quando veremos um bispo católico entrando no santuário Nacional de Nsa Aparecida para rezar aos pés do altar exatamente como faziam os pobres pescadores que retiraram sua imagem das águas? Ainda não chegou a nossa hora, mas desconfio que está próxima.

Foto do dia - Cadê o bispo?

Um retrato do Colégio Episcopal Brasileiro, turma 2011-2015

Na foto estão os eleitos para compor as comissões e conselhos da CNBB. Depois das eleições gerais em maio deste ano, o conselho permanente escolheu os demais membros.
A CNBB conta com 22 (vinte e dois!) dicastérios. Coloco aqui a lista com os nomes das comissões que mais nos interessam e alguns comentários.

Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé
Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília (DF) (Presidente – eleito na Assembleia de maio/2011)
Dom Filippo Santoro, bispo de Petrópolis (RJ)
Dom Murilo Krieger, cardeal [!] arcebispo de Salvador (BA) [a CNBB já concedeu o barrete a Dom Murilo]
Dom Paulo Cezar Costa, bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ)
Dom Pedro Cipolini, bispo de Amparo (SP)

A doutrina da fé da CNBB é um departamento puramente honorífico. O que sabemos dela? O que ela fez nos últimos anos? Antes era presidida pelo arcebispo de Belo Horizonte e agora pelo novo de Brasília. As duas arquidioceses estão em frangalhos do ponto de vista doutrinal.

Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia
Dom Armando Bucciol, bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA) (Presidente – eleito na Assembleia de maio/2011)
Dom Edmar Peron, bispo auxiliar de São Paulo (SP)
Dom Fernando Panico, bispo de Crato (CE)
Penso que Dom Panico seja uma boa escolha, embora disponha de poucas informações sobre ele. Se alguém souber mais...

Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família
Dom João Carlos Petrini, bispo de Camaçari (BA) (Presidente – eleito na Assembleia de maio/2011)
Dom Antônio Augusto Duarte, bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ)
Dom Joaquim Justino Carreira, bispo auxiliar de São Paulo (SP)

Um assunto tão importante na sociedade brasileira: vida e família. Não estou questionando a capacidade dos bispos da comissão, mas acredito que ela poderia ter recebido um pouco mais de atenção da CNBB como um todo. Três nomes e de bispos praticamente desconhecidos não é sinal de comprometimento com essas causas fundamentais.

Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação Social
Dom Dimas Lara Barbosa, arcebispo de Campo Grande (MS) (Presidente – eleito na Assembleia de maio/2011)
Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, bispo de Caicó (RN)
Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

Aqui está o arcebispo do Rio de Janeiro numa comissão sem graça, pura perfumaria. Comunicação é importante? Sim, mas não justifica dois arcebispos importantes estacionados aqui.

Comissão Episcopal de Textos Litúrgicos - CETEL
Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo de Belém (PA)
Dom Armando Bucciol, bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA)
Dom Dadeus Grings, arcebispo de Porto Alegre (RS)
Dom Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo de Mariana (MG)
Dom Manoel João Francisco, bispo de Chapecó (SC)

A tradução dos textos litúrgicos, responsabilidade conjunta da Liturgia, Doutrina da Fé e da CETEL, parece ter se perdido em algum buraco negro. Vejam o número de prelados envolvidos nessa comissão (5+2 suplentes). Ainda sim não acredito que o trabalho será concluído. Dom Alberto e Dom Dadeus são boas opções, especialmente este último.

Conselho Nacional Pró-Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida
Dom Raymundo Damasceno Assis, cardeal arcebispo de Aparecida, presidente da CNBB (Ex-ofício)
Dom José Belisário da Silva, arcebispo de São Luís (MA) e vice-presidente da CNBB (Ex-ofício)
Dom Bruno Gamberini, arcebispo de Campinas (SP)
Dom Odilo P. Scherer, cardeal arcebispo de São Paulo (SP)
Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

Todos nós amamos Nossa Senhora Aparecida, sabemos da importância do seu santuário nacional (embora a arquitetura interna do mesmo...medonha!), mas dois cardeais, um cardeal em potencial e dois arcebispos para o Santuário? Acho muito desperdício de força.

Bispo Mexicano Apoia União Gay

Do México ao extremo sul do Chile a América Latina vem sendo sacudida por um tornado de leis, decretos, projetos, etc, que visam tornar o continente o mais pró-Gay possível. Essa nova agenda faz parte do plano filosocialista dos governos atuais que, como não é segredo, não suportam a moral tradicional, cristã e católica, que edificou os países que governo.

Entretanto, como toda desgraça é pouca, esses mesmos governantes parecem encontrar amigos dentro do clero católico. Padres, religiosos e também bispos estão envolvidos, em graus diversos, nessas questões e, pasmem (?), são instrumento de divulgação dessas novas políticas anti-cristãs.

A notícia que trago, resumida, é do senhor bispo de Saltillo, no México. Segundo o site CNA:


Bispo Raul Lopez Vera (foto) da diocese de Saltillo tem repetidamente manifestado apoio às uniões do mesmo sexo. Em março deste ano, o Bispo Vera Lopez publicou um comunicado no site diocesano, manifestando o seu apoio para  o "fórum de diversidade sexual, familiar e religiosa". O evento foi destinado a "erradicar o que alguns setores da Igreja acreditam sobre a homossexualidade" - especialmente a crença do "que os atos homossexuais são contrários a Deus."


O bispo é o retrato da sua diocese. Se um bispo apóia as uniões homossexuais o que será que os seus padres apoiam? O que será que é dito nos confessionários das paróquias de Saltillo? É claro que eles não usam confessionários...

Há duas formas de um bispo apoiar a cultura atual. Uma e a mais clara é agir como faz o senhor bispo de Saltillo, dando declarações públicas e contrariando a doutrina. Esses bispos, entretanto, são uma minoria. Eles são uma espécie de isca midiática, capturando a atenção dos católicos atordoados.

O pior tipo é o bispo que não fala. É o bispo que prefere lutar contra o desmatamento na Amazônia ao invés de defender a família. É o bispo que promove grandes festas e encontros com o povo diocesano e se cala em questões públicas nas quais a moral católica é contestada. 

O bispo que defende a todo custo uma campanha contra, sei lá, o aumento abusivo do preço do álcool combustível e se nega a participar ou desenvolver em sua diocese campanhas pró-vida, esse sim é um bispo perigoso. Perigoso porque ele anestesia sua diocese e com isso permite que essa nova doutrinação aconteça nas escolas, nos partidos políticos, nas ruas e, finalmente nas Igrejas.

O bispo que não fala é muito comum no Brasil. Pense, quantas campanhas pró-vida você já viu na sua diocese? E, se elas existem, em quantas delas o seu bispo participou? Quantas vezes você leu no jornal ou ouviu no rádio o seu bispo se posicionando contrário ao casamento gay? Não precisa nem ser uma defesa apologética, ortodoxa e radical, só uma defesa simples já está bom. E ai? Quantas?

Se a sua diocese tem um jornal ou um boletim informativo, em quantos números dessa publicação o seu bispo se posicionou contrário ao patrulhamento ideológico imposto à sociedade? Em quantas colunas ou editoriais o seu bispo abordou os problemas morais do mundo? Ou será que ele só fala coisas boas, coisas agradáveis de se ouvir!?

Agora pense. Em que momentos o seu bispo se pronuncia publicamente? Em que momentos a voz do pastor é ouvida? Muitos bispos só aparecem nos jornais seculares para explicar aos jornalistas o tríduo pascal, o simbolismo dos tapetes enfeitados em Corpus Christi, o presépio ou ainda a festa do padroeiro diocesano. Só isso. Em questões de fé e moral muitos jornais estão procurando pastores protestantes e líderes de seitas neo-pentecostais que, por incrível que pareça, oferecem respostas católicas aos temas polêmicos.

Pense e reze! Porque eu imagino que o resultado da sua reflexão não foi nada bom!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Ordinariato Americano

EX-ANGLICANOS TERÃO ORDINARIATO EM WASHINGTON

Washington, 23 jun (RV) - O Cardeal Donald Wuerl, Arcebispo de Washington, anunciou a criação, até o fim deste ano, de um ordinariato pessoal para os anglicanos que desejam entrar em total comunhão com a Igreja Católica.

Desde 2009, os anglicanos que o desejam podem ingressar na Igreja Católica, graças à Constituição Apostólica “Anglicanorum Coetibus”, que permite o estabelecimento de ordinariatos pessoais, uma nova estrutura canônica.

O cardeal revelou que cerca de 100 sacerdotes e 2.000 leigos já pediram para ingressar na Igreja Católica através da nova estrutura, e que ele e sua equipe estão trabalhando para oferecer aos novos membros a formação necessária para entrar em plena comunhão com a Igreja Católica.

Dom Wuerl, encarregado pela Santa Sé para implementar o ordinariato, afirmou que o seminário maior da Arquidiocese de Galveston-Houston oferecerá um programa nessa linha. O programa será dirigido pelo Padre Jeffrey Steenson, ex-bispo anglicano.

Já no início do mês, em mensagem, o arcebispo de Washington afirmou que a estrutura dos ordinariatos, criada pelo Papa Bento XVI para acolher anglicanos que desejam a plena comunhão com Roma, “proporciona um caminho à unidade, uma vez que reconhece nossas crenças compartilhadas em matéria de fé e ao mesmo tempo, respeita o patrimônio litúrgico da Igreja Anglicana”.
(CM)

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O Ordinariato norte-americano aparece, finalmente. Com uma estrutura diferente daquele que foi criado pelos bispos ingleses. Na Inglaterra a presença de ex-bispos convertidos (4, no total) facilitou a criação rápida da estrutura. A presença, também, de anglo-católicos é maior na Inglaterra que nos EUA.

O Ordinariato americano também conta com uma experiência prévia, a Provisão Pastoral de João Paulo II que, de certa forma, é uma versão "beta" do Anglicanorum Coetibus visando apenas o clérigo anglicano que deseja se converter; a constituição do Papa Bento XVI dá um passo adiante e foca grupos de anglicanos que desejam se converter coletivamente.

Durante a última assembleia da Conferência de Bispos Norte-Americanos, o cardeal Wuerl teve uma sabatina de quase uma hora pra orientar seus colegas no episcopado sobre o processo de formação do Ordinariato e a incorporação do clero anglicano que deseja fazer parte dele.

Sobre os futuros padres, o cardeal estabeleceu um programa de formação em dois níveis:

Rápido - centrado nas diferenças teológicas entre católicos e anglicanos, especialmente nos dogmas marianos e sobre o ministério petrino e organização eclesial.
Médio - com uma duração maior, para os clérigos anglicanos com formação teológica deficitária.

Há uma terceira categoria, criada através de vários questionários enviados pelo cardeal aos bispos locais (católicos e anglicanos) e aos próprios candidatos. Essa categoria engloba os clérigos que provavelmente não serão ordenados por algum motivo.

O cardeal pediu aos senhores arcebispos que deixem os tribunais eclesiásticos disponíveis aos clérigos anglicanos e também aos fiéis que são divorciados e estão em segunda união (ou terceira...). O cardeal não descartou a possibilidade de que  alguns fiéis convertidos não possam comungar devido ao contexto matrimonial irregular. O processo de catequese, segundo o cardeal Wuerl, ajudará essas pessoas na compreensão da doutrina católica sobre o divórcio.

O vídeo abaixo é muito interessante; ele mostra a apresentação do cardeal aos bispos norte-americanos e podemos ver como alguns deles simplesmente não leram a Anglicanorum Coetibus e fazem perguntas muito básicas.

Também é interessante ver como os bispos norte-americanos se comportam numa reunião. Bem diferente dos pares do sul...

Uma pergunta feita por um dos bispos, já no final do vídeo, era a minha dúvida. Os padres que se valem da Provisão Pastoral poderão fazer parte do Ordinariato? A resposta é sim, desde que o bispo local e o Ordinário estejam de acordo com a transferência, uma vez que o padre da Provisão é diocesano.

Outra pergunta, dessa vez do cardeal Francis George de Chicago, fala sobre o que exatamente seria o tal do patrimônio anglicano. Realmente, afirmou o cardeal Wuerl, não ha uma definição exata sobre isso , já que as comunidades que pretendem ingressar via Anglicanorum Coetibus usam, majoritariamente, o missal católico moderno como livro litúrgico. Há ainda, nos EUA, o Livro do Culto Divino, uma cópia católica (corrigida e ampliada) do Livro de Orações Comum anglicano e que foi criado através de uma mistura de missais romano e das duas últimas versões do LOC anglicano (1928 e 1979).

A questão do patrimônio anglicano que, nas palavras do cardeal George, passa a ser também patrimônio católico ainda permanece misteriosa e sem resposta.

Mesmo se você não compreende inglês, é interessante ver quão organizada é a Conferência americana e como se vestem e se portam os senhores bispos.


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Jornada Mundial da Juventude 2013 - Rio de Janeiro!

Já circulou pela rede, mas agora o novo portal do "La Stampa" para o catolicismo - o Vatican Insider - anunciou que a sede para a Jornada Mundial da Juventude do ano de 2013 já foi escolhida. Superando a belíssima e moderna Seul, capital sul-coreana, o Rio de Janeiro foi escolhido para receber mais uma jornada internacional e acolher o Papa.

A página da Revista Veja, através de uma breve nota de Lauro Jardin, anunciou que "na CNBB já se dá como certa a vinda do papa Bento XVI ao Brasil em 2013. O anúncio oficial acontecerá em agosto, em Roma". Em agosto encerra-se a Jornada de Madri e, como de costume, se anuncia oficialmente o nome da nova sede internacional.

As ultimas jornadas comandadas pelo Papa Bento XVI aconteceram em intervalos de 3 anos (2005, 2008 e a de agosto de 2011). Contudo, os organizadores do evento acharam melhor voltar para o esquema de 2 anos entre uma jornada e a próxima para não colidir com os grandes eventos globais que tomarão conta da cidade maravilhosa em 2014 (Copa) e 2016 (Olimpíadas). Isso, é claro, se o milagroso governo do PT conseguir dar conta das obras...
Esperamos que a Jornada seja um sucesso!

domingo, 19 de junho de 2011

Lisboa precisará ter paciência

Lisboa: Patriarca mais dois anos à frente da diocese por decisão do Papa
Anúncio feito pelo próprio D. José Policarpo em celebração integrada no cinquentenário da sua ordenação sacerdotal

RP/FC
Torres Vedras, Lisboa, 19 jun 2011 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa vai permanecer mais dois anos à frente da diocese, por decisão de Bento XVI, anunciou hoje o próprio D. José Policarpo, numa celebração que decorreu em Penafirme, concelho de Torres Vedras.

“Gostava de vos anunciar, hoje, dia da Igreja diocesana, que o Santo Padre Bento XVI já respondeu ao meu pedido de resignação, pedindo-me que prolongue o meu ministério episcopal, na Igreja de Lisboa, por mais dois anos”, afirmou, há homilia da missa a que presidiu.

O cardeal José Policarpo anunciara no dia 18 de fevereiro a sua renúncia ao cargo de patriarca de Lisboa por ter atingido o limite de 75 anos determinado pelo direito canónico, mas o Papa decidiu prolongar não aceitar de imediato este pedido.

“Não penseis que me sinto mais transitório agora do que há 50 anos. Serei até ao último minuto o bispo que Deus deu à sua Igreja, para a conduzir nos caminhos da comunhão”, disse o cardeal-patriarca.

A cerimónia desta tarde tinha como tema ‘50 anos ao Serviço da Palavra’, por estar integrada nas comemorações do cinquentenário da ordenação sacerdotal de José Policarpo.

No dia da Igreja diocesana, que acontece anualmente por ocasião da festa da Santíssima Trindade, o patriarca de Lisboa indicou que “este mistério do amor trinitário define a natureza da Igreja e o dinamismo do seu crescimento e da sua fidelidade”.

Este ano, em que celebro 50 anos de ministério sacerdotal, maior expressão da ternura de Deus por mim, tenho sentido, como hoje aqui, a beleza de uma Igreja que é comunhão”, acrescentou.

José da Cruz Policarpo nasceu a 26 de fevereiro de 1936 em Alvorninha, Caldas da Rainha, território do distrito de Leiria e patriarcado de Lisboa.

Padre desde 15 de agosto de 1961, foi ordenado bispo em 1978 e é patriarca de Lisboa desde 1998, após a morte de D. António Ribeiro.

D. José Policarpo foi criado cardeal por João Paulo II em 2001.

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Os fiéis católicos de Lisboa precisarão esperar mais dois para o fim do reinado de Dom José. Dois longos e cansativos anos.
Bento XVI já modificou várias dioceses cardinalícias importantes no mundo e, pelo que se sabe, está mexendo em Milão no momento. Bruxelas, Los Angeles, Nova York, Toledo, Westminster, Rio de Janeiro, Santiago do Chile, etc. Por que prolongar a agonia em Lisboa? Mistério. Espero que o Papa esteja esperando por candidatos melhores.

Acho interessante como Dom José fala em "comunhão". Por comunhão ele compreende apenas um sentido unilateral, uma vez que já demonstrou mais de uma vez sua incapacidade em obedecer ao Papa. A Igreja "comunhão" só é boa quando a comunhão é com o patriarca, não com o Papa.
Lembremos, por exemplo, de um item das suas nefastas normas para aplicação do Motu Proprio em Lisboa:

8. Estejamos vigilantes para que esta abertura concedida pelo Santo Padre, tendo em conta o bem de toda a Igreja, não se transforme numa campanha em favor da Liturgia antiga. Isso seria contra a Reforma Litúrgica e todo o espírito do Concílio Vaticano II, e ignoraria o carácter extraordinário, claramente afirmado pelo Santo Padre, do uso do Missal de 1962.
Tal item, hoje, é claramente contrário ao texto da instrução Universae Ecclesiae que, dentre outras coisas, pede que o rito seja oferecido a todos e conhecido por todos.
Uma pena para os fiéis de Lisboa que, de algum modo, nutriam alguma esperança neste 75º aniversário do Patriarca. Esperemos o 77º para ver o que virá.

Boas nomeações, só na Europa.

Não é de hoje que reclamo que boas nomeações parece acontecer apenas na Europa e nos EUA. Por aqui elas são raras, existem, é verdade, mas raramente. Digo que no Brasil temos uma razão de 10/2, em dez nomeações só duas são positivas.

No último dia 4 o Papa Bento XVI nomeou como bispo de Aberdeen, na Escócia, o senhor Abade de Pluscarden, Dom Hugh Gilbert, um convertido do anglicanismo.

O agora bispo-eleito Dom Gilbert é conhecido nas cinzentas ilhas britânicas como um prelado ortodoxo, amigo e generoso aplicador do Motu Proprio Summorum Pontificum. Dom Gilbert, segundo informam as publicações na internet, era amigo do Motu Proprio mesmo antes do Motu Proprio. Excelente.

Dom Gilbert, que será consagrado em 15 de agosto, também é conhecido por sua paternidade espiritual e pela preservação de uma autêntica vida monástica em seu monastério, contrastando com o secularismo de muitas casas religiosas na Europa.

O que chama a atenção, entretanto, é uma lenda urbana, ou melhor, lenda de sacristia, que apareceu em 2008/2009. Segundo o periodista Damian Thompson, o abade receberia a maior e mais importante diocese do Reino Unido- Westminster! O próprio Papa Bento XVI queria Dom Gilbert como sucessor do cardeal Cormac e, ainda segundo Thompson, o religioso rejeitou o cargo.

Dom Gilbert, quando perguntado por vários jornais na época, afirmou que não havia sido apontado pelo Papa como próximo arcebispo de Westminster e que, por isso , não recusara nada.

A suposta renúncia ao mais prestigioso assento da Grã-Bretanha foi motivada, segundo Thompson, pelo medo de Dom Gilbert que sua comunidade desmoronasse após sua saída, medo que não é nada injustificado infelizmente. Poucos dias antes dos rumores, um dos monges mais próximos de Dom Gilbert abandonou o hábito e casou-se com uma mulher (pelo menos era uma mulher!).

Sendo Dom Gilbert um ex-anglicano, a sua nomeação traria ao futuro Ordinariato, naquela época ainda uma remota possibilidade só especulada pelo Papa, uma força imensa.

A Escócia não faz parte da mesma Conferência Episcopal que a Inglaterra, por isso a nomeação de um "forasteiro" soaria grave e penosa aos ouvidos do então arcebispo, cardeal Cormac, e dos bispos locais.
Seria positivo que Dom Gilbert tivesse mesmo assumido a diocese inglesa, mas como nem tudo é perfeito, que inicie um bom trabalho na chuvosa Escócia! Rezemos por ele, pelos fiéis de Aberdeen e pelos monges de Pluscarden.

Anglicanos americanos escolhem ordinariato

Antes da eleição da sua primeira bispa!

Já não é segredo que uma paróquia episcopal norte-americana escolheu, pelo voto, pertencer ao futuro Ordinariato Americano que será estabelecido. A paróquia de São Lucas, em Washington, se encaminhará ao Ordinariato com boa parte dos seus leigos, seu paroco e também o seu prédio, algo inédito na história do anglicanismo norte-americano.

Enquanto vários membros dissidentes da Igreja Episcopal dos EUA lutam na justiça pelo direito aos prédios (capelas, igrejas, santuários, etc), com processos milionários, o bispo anglicano de Washington permitiu e facilitou a debandada dos anglo-católicos. Por quê? Bom coração? Talvez. Ou não.

No último sábado (18/06) a Convenção geral da diocese (uma espécie de sínodo local) elegeu como sucessor do atual bispo a senhora Mariann Edgar Budde, reverenda e pároca (sic) de uma comunidade em Maryland.

A vitória de Budde foi esmagadora, recebendo 239 votos (137 do clero e 102 dos leigos); o segundo colocado na eleição foi o reverendo Samuel Candler, com 65 votos no total.

A vitória de Budde, ainda, consolida a nova política adotada pela Igreja Episcopal e coloca sua agenda em marcha: renovar e remover as lideranças diocesanas e substituí-las por novas lideranças, anti-evangélicas. Assim, o número de bispAs nos últimos 10 anos aumentou sensivelmente e a igreja já conta com dois bispos (um bispo e uma bispa) abertamente homossexuais.

Em todas as eleições anglicanas nos EUA há pelo menos duas candidatas do sexo feminino e, frequentemente, elas vencem.

Talvez, e devo reforçar que é só uma suposição, a generosidade do atual bispo de Washington veio apenas de uma necessidade prática, visando evitar conflitos com a futura liderança diocesana. O bispo de Washington, permitindo a partida dos anglo-católicos sem reclamar ou brigar, evitou uma tensão num momento de transição para o bispado feminino. Os anglo-católicos evidentemente não aceitam o sacerdócio feminino, muito menos aprovam o episcopado para mulheres.

O real motivo nós, talvez, não conheceremos, mas o mais importante é que a paróquia caminha rumo ao Ordinariato que, por sua vez, caminha para ser estabelecido no outono próximo no hemisfério norte. Rezemos.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Eco-bispos

Nota da CNBB sobre o Código Florestal
SEX, 17 DE JUNHO DE 2011 13:09

O Conselho Permanente da CNBB, reunido em Brasília, de 15 a 17 de junho de 2011, tomou conhecimento do atual estágio da discussão do Código Florestal no Congresso Nacional, atualmente tramitando no Senado, após votação na Câmara dos Deputados.

Estamos conscientes da grande importância de um Código Florestal no Brasil, porque nosso País tem possibilidades de oferecer alternativas à crise civilizacional ancorada, sobretudo, na crise climática.

Nossa preocupação maior está no impacto e nas consequências de uma lei deste porte na vida das pessoas e no meio ambiente, que sacrificam a realidade da ecologia física e humana ao influenciar na dinâmica social e cultural da sociedade.

A ecologia se tornou, na segunda década do século XXI, um dos “sinais dos tempos” mais significativos para a sobrevivência da humanidade. Não por acaso, vivemos o Ano Internacional das Florestas, participamos recentemente da Campanha da Fraternidade sobre a Vida no Planeta que colocou em discussão a gravidade da crise ecológica às vésperas da Conferência Rio+20.

A flexibilização da legislação ambiental, aprovada pela Câmara dos Deputados, motivo de muita polêmica, é prova contundente de que o País poderá se colocar na contramão deste importante debate mundial.

As decisões sobre o Código Florestal não podem ser motivadas por uma lógica produtivista que não leva em consideração a proteção da natureza, da vida humana e das fontes da vida. Não temos o direito de subordinar a agenda ambiental à agenda econômica.

Destaque-se, porém, que a legislação original, tanto de 1934 como de 1965, tinha como preocupação preservar a flora em suas múltiplas funções, seja em áreas públicas, parques nacionais, seja em áreas privadas e, nesse aspecto, sempre exigiu a manutenção de um mínimo da vegetação nativa.

Alguns aspectos, já aprovados na atual discussão sobre o Código Florestal, nos preocupam. Entre eles, destacamos:

- a flexibilização da Lei altera o regramento das Áreas de Preservação Permanente – APPs, que protegem as margens dos rios, encostas, topos de morro, ameaçando o equilíbrio de proteção das florestas;

- a anistia das multas e penalidades pelas ocupações e desmatamentos em áreas de agropecuária e de alta relevância ambiental.

No Novo Código Florestal não pode faltar o equilíbrio entre justiça social, economia e ecologia, como uma forma de garantir e proteger as comunidades indígenas e quilombolas e defender as pequenas propriedades e a agricultura familiar.

Convocamos nossas comunidades a participarem desse processo de aperfeiçoamento do Código Florestal, mobilizando as forças sociais e promovendo “abaixo-assinado” contra a devastação.

Somos chamados a cuidar da natureza, a nossa casa comum, num processo de desenvolvimento sustentável, para que a terra e tudo o que dela provém sirvam para que todos tenham vida e vida em abundância (cf. Jo 10,10).

Pedimos que Nossa Senhora Aparecida, mãe dos brasileiros e brasileiras, interceda junto a Deus muita luz para que nossos parlamentares se façam sensíveis ao bem comum.


Brasília – DF, 17 de junho de 2011

Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida - SP
Presidente da CNBB

Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís do Maranhão-MA
Vice-Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Prelado de São Félix-MT
Secretário Geral da CNBB

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Senhora Dona Lucilia


Depois de dar uma lidinha numa rápida postagem do Luciano Beckman, me lembrei de uma dúvida que sempre me vem à mente e nunca tive a oportunidade de coloca-la ao público.

Há na TFP, segundo as acusações do falecido professor Fedeli, uma espécie de culto ao fundador da própria e também um culto a sua mãe, dona Lucilia. Ao finado fundador da TFP, Dr. Plínio, até se entende, uma vez que ele foi o fundador e já temos na Igreja vários exemplos (embora bem menos entusiasmados que os tfpistas) de veneração ao fundador, vide, por exemplo, os Legionários, a Canção Nova e o próprio Opus Dei.

Deixo claro que quando escrevo acima "até se entende", é do ponto de vista puramente prático. Não estou justificando qualquer culto de latria ou super-hiper-mega-dulia. Nem estou colocando no mesmo balaio todos os fundadores, porque seria muita falta de respeito ao padre Jonas e, principalmente, ao fundador do Opus Deis, mons. Escrivá associa-los ao nefasto Pe. Maciel. Só citei porque é comum que os fundadores sejam modelo, exaltados e amados, afinal de contas, eles são os fundadores!

Então, continuando, ao fundador da TFP se entende certa admiração (supondo que ela pare por ai, é claro...). Mas à mãe dele? O que ela fez de tão importante? Sinceramente eu nunca soube de nada tão interessante sobre Dona Lucilia que pudesse fazer com que ela competisse, quase de igual para igual, com a Virgem Maria! Estão propondo, por acaso, uma espécie de releitura da Sagrada Família?

Dona Lucilia deve ter, no mínimo, realizado algum milagre em vida! O que essa senhora fez??? Dar a luz ao Dr. Plínio não conta, na minha modesta opinião, como algo tão fantástico assim (salvo alguma doença, toda mulher pode ser mãe), ou precisaríamos canonizar (ou deificar, segundo alguns) o pai do Dr. Plínio, o qual por sinal nunca ouvi falar também. E beatificaríamos os avôs, e por ai vai.

Eu sou, como diriam alguns adolescentes, um newbie, um principiante na história da TFP. Honestamente, como não sou nem pretendo fazer parte da TFP, isso nunca me preocupou, mas a dúvida persiste e espero que alguém possa me responder.

Outra Greve de Fome

Publicamos aqui e aqui duas manifestações de membros do clero católico envolvendo greves de fome, ou seja, atentados contra a vida humana. Todos os envolvidos, é claro, são ligados à Teologia da libertação.

Agora mais uma - está virando moda ameaçar tirar a própria vida! - se apresenta.

***
Padre faz greve de fome contra despejo de famílias em Minas

Um padre do interior de Minas Gerais está em greve de fome desde o último dia 10 (sexta-feira), na tentativa de sensibilizar autoridades em relação ao despejo de 300 famílias de uma área na periferia de Itabira, a 107 quilômetros de Belo Horizonte. A área foi invadida há onze anos. O padre José Geraldo de Melo, 49 anos, da paróquia Nossa Senhora da Conceição Aparecida, contou que não se alimenta desde a meia-noite do último dia 10.

A reportagem é de Denise Motta e publicada pelo IG, 14-06-2011.

Ele promete permanecer em jejum por tempo indeterminado, até que as autoridades resolvam a situação das famílias na periferia de Itabira. Elas moram na Comunidade Drummond, nome dado em homenagem ao poeta itabirano Carlos Drummond de Andrade. A área possui 30 hectares, o equivalente a 30 campos de futebol.

Na igreja não chamamos de greve de fome, mas de jejum permanente. É um jejum cristão, um jejum de solidariedade, um jejum em orações para sensibilizar as autoridades [mas vai até a morte, como uma greve de fome não atendida?]. Eu bebo água e recebo a comunhão. Estou bem de saúde, atendo à comunidade e não sinto fraqueza. Nem estou preocupado em perder peso. Estou preocupado com a omissão política”, explica o padre.

Em outras ocasiões, ele conta já ter ficado em jejum, como na Semana Santa, mas é a primeira vez que o padre passa cinco dias sem qualquer alimento.

A decisão de parar de se alimentar aconteceu depois que uma medida judicial impôs o despejo das famílias, em uma área considerada particular pela prefeitura e pela Justiça. O prazo para que as famílias deixem pacificamente a comunidade termina no dia 31 de junho. Caso o grupo permaneça, há possibilidade de uso da polícia para retirar as famílias do local.

Em 2005 e 2007, o bispo da Diocese de Barra, na Bahia, Dom Luís Flávio Cappio, fez greve de fome em protesto contras as obras de transposição do rio São Francisco. Ele ficou aproximadamente um mês sem comer, passou muito mal e só encerrou o jejum após ser internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Invasão da prefeitura

Há vinte dias, cerca de 200 pessoas estão acampadas em frente à Prefeitura de Itabira, na tentativa de sensibilizar as autoridades. Um dos líderes do movimento, Adilson Gualberto Campos, de 38 anos, conta que houve promessa de políticos no sentido de regularizar o terreno.

“Existem de 4 a 5 mil pessoas sem moradia decente em Itabira. O déficit habitacional é muito grande e a ocupação começou por orientação de políticos”, diz ele, que come às 18 horas e depois no dia seguinte, no horário do jantar, em um jejum mais brando que o do padre José Geraldo.

O poder executivo alega ter apresentado propostas alternativas para que a área seja desocupada sem que as famílias fiquem desabrigadas. Entretanto, líderes da comunidade afirmam que as propostas não asseguram formalmente o direito à moradia. O prefeito da cidade, João Izael (PR), foi procurado. Por meio de nota, informou que a área é propriedade particular e a desocupação foi determinada pela Justiça, em virtude de ação movida pelos donos do terreno.

Também disse não ser alheia aos problemas das famílias. “A Prefeitura continuará atuando, dentro dos limites da legalidade, para garantir o atendimento digno a todos os cidadãos. Mas não podemos tolerar atos de desordem, que prejudicam os trabalhos e colocam em risco os servidores e cidadãos”, conclui a nota.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Mais Greve de Fome...

... Agora no Brasil!

Depois de relatarmos aqui (e não tem nem uma hora!) a greve de fome do senhor bispo emérito de Sucumbios, no Equador, retransmitimos aos leitores a tosca matéria abaixo, do site da CNBB.

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Greve de fome marca protesto contra violência a líderes quilombolas no Maranhão

Dois padres da Comissão Pastoral da Terra (CPT), do Regional Nordeste 5 da CNBB (Maranhão), Inaldo Serejo (coordenador da CPT) e Clemir Batista da Silva, e outros 17 quilombolas, entraram em greve de fome no último dia 9. O protesto é uma forma de pressionar pela presença da ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário para tratar a questão da violência contra líderes quilombolas no estado.

Desde a sexta-feira passada, cerca de 40 comunidades de remanescente de quilombo do Maranhão ocupam a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em São Luís. Os quilombolas reivindicam agilidade nos processos de regularização de terras e protestam também contra os episódios de violência envolvendo líderes de comunidades locais em disputas por terras.

"Estamos há dois dias tentando falar com a ministra e não conseguimos", disse o padre Inaldo Serejo.

Segundo a CPT, a lista de quilombolas ameaçados de morte no Maranhão aumentou de 52 para 59 nesta semana. A CPT afirma que "pelo menos duas lideranças quilombolas no estado sofreram tentativas de assassinato".

Ainda de acordo com o padre Serejo, a greve de fome não tem data para acabar. "Vamos avaliar a situação de cada um, mas não vamos parar enquanto não conseguirmos conversar com a ministra".

A assessoria de imprensa da Secretaria de Direitos Humanos informou que há uma equipe em Brasília cuidando do caso. Disse, ainda, que a ministra já sabe do protesto, continuará tratando a situação com prioridade e, se for preciso, irá até o Maranhão.

O presidente do Regional e bispo de Imperatriz (MA), dom Gilberto Pastana de Oliveira divulgou uma nota sobre protesto. Nela [nota], o bispo afirma que repudia todas as manifestações da cultura de morte, "principalmente àquelas sustentadas pelo abuso do poder econômico e pela corrupção presente nos poderes da Federação, do Estado e dos Municípios. Solicitamos a todos os católicos que procurem se inteirar dos fatos e contribuam com as legítimas ações dos quilombolas através do apoio político e social e da doação de gêneros alimentícios [mas eles não estão em greve de fome? Que atitude contraproducente é essa!?], água, remédio e roupas para os participantes de acampamentos", disse.

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A nota do senhor bispo de Imperatriz em momento algum condena a atitude dos padres e leigos envolvidos na greve de fome. Antes, condena apenas os "detentores do capital apoiados por um sistema político que não é comprometido com a causa do bem comum, mas atrelado ao poder do capital".

Creio que o suicídio não é amparado pela Igreja. O senhor bispo, ao invés de repudiar a greve de fome que, afinal de contas, é uma agressão à vida, se cala com uma nota pífia, bem ao estilo da pseudo-teologia da libertação que, sem dúvida, não se esgotou no norte-nordeste do nosso pobre Brasil.

O bispo poderia ser solidário aos quilombolas, sem dúvida, de uma forma católica, de uma forma apostólica de fazer a justiça social - justiça esta que não levanta foice, mas abraça a cruz!

Eu, pessoalmente, me sinto ultrajado pela nota do senhor bispo. Expresso meu apoio ao povo sofrido, rezando para que a situação de ameaça à vida, por parte dos poderes opressores e por parte do clero inconsequente, se resolva o mais rápido possível e da melhor maneira possível.

Hans Küng declara guerra ao Papa(do)

Mais uma vez Sua Excrecência, Hans Küng I e único, conclama sua horda de seguidores a atacarem o Vigário de Cristo.
Numa mensagem endereçada ao clero progressista norte-americano que estava em Concílio no último final de semana, na cidade de Detroit, o pontífice da anti-Igreja "pediu uma revolução "pacífica" dos católicos do mundo contra o absolutismo do poder papal" e declarou que poucas pessoas no mundo tem a verdadeira noção do poder papal.
Ah! Küng! Se o Papa tivesse tanto poder assim (e nós gostaríamos que tivesse) vários teólogos do nível de Küng estariam totalmente desacreditado, vários bispos depostos e, com certeza, as excomunhões voltariam à cena. Infelizmente isso não acontece.
Eis o texto, reproduzido pelo Unisinos, que começa com o "renomado teólogo". Francamente, renomado onde?

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O renomado teólogo Hans Küng pediu uma revolução "pacífica" dos católicos do mundo contra o absolutismo do poder papal. Ele fez esse apelo em uma mensagem de vídeo, no dia 10 de junho, na primeira noite da conferência do Conselho Católico Norte-Americano - ACC, em Detroit, nos EUA.

"Acho que poucas pessoas percebem o quão poderoso o papa é", disse Küng, comparando o poder papal hoje ao poder absoluto dos monarcas franceses contra os quais o povo francês se revoltou em 1789.

"Temos que mudar um sistema absolutista sem a Revolução Francesa", disse. "Temos que ter uma mudança pacífica".

Küng, que foi talvez o mais famoso dos peritos teológicos do Concílio Vaticano II há quase 50 anos, nasceu na Suíça, mas passou a maior parte de sua vida lecionando na Universidade de Tübingen, na Alemanha.

Agora, aos 83 anos, Küng é professor emérito de ecumenismo em Tübingen e raramente viaja por motivos de saúde. Por isso, sua mensagem ao ACC foi dada sob a forma de uma entrevista em vídeo, de meia hora, com teólogo norte-americano Anthony T. Padovano, realizado no ano passado na casa de Küng.

John Hushon, copresidente do ACC [união de padres e leigos dos EUA que pedem o fim do celibato, ordenação feminina e revisão sobre o homossexualismo, etc, etc, etc], disse que a conferência, que será realizada nos dias 10-12 de junho, no Cobo Hall de Detroit, teve mais de 1.800 inscrições, de pelo menos 44 estados e de 13 países estrangeiros.

Na entrevista com Küng, exibida em dois telões em uma das principais salas do centro de convenções [Oh! É pra impressionar?], o teólogo previu mudanças na igreja [Küng dando uma de vidente, era o que faltava!], apesar da resistência de Roma. O Vaticano II "foi um grande sucesso, mas apenas em 50%", disse ele.

De um lado, ele disse, muitas reformas foram realizadas, incluindo a renovação da liturgia, uma nova apreciação da Escritura e outras mudanças significativas, como reconhecimento da importância dos leigos e da Igreja local e as diversas modificações na disciplina da Igreja.

"Infelizmente, o Concílio não foi autorizado a falar sobre a questão do celibato, sobre a questão do controle de natalidade e da contracepção. Claro, a ordenação de mulheres estava muito longe de todas as discussões", disse.

"Muitos documentos do Concílio são ambivalente [Küng tem um ponto comum com a FSSPX, ambos consideram os documentos do CV2 ambivalentes], pois a maquinaria de Roma – a Cúria Romana – foi capaz de impedir qualquer movimento de reforma, de impedi-lo não completamente, mas pela metade".

"O que eu também não esperava", acrescentou, "foi que pudéssemos ter um tal movimento de restauração com o papa polonês e com o papa alemão agora".

Quando questionado sobre que razões ele tinha para ter esperança de reformas na Igreja hoje, ele respondeu que a esperança hoje é "muitas vezes um pouco difícil", perante uma hierarquia restauracionista, mas "o mundo está se movendo, indo em frente, com ou sem a Igreja" e "eu acredito que o Evangelho de Jesus Cristo é mais forte do que a hierarquia" [se Lutero estivesse vivo, hoje, diria algo muito parecido].

Referindo-se à atual crise na Igreja – o abuso sexual clerical de menores, a escassez de padres, a alienação das mulheres e dos jovens –, ele disse: "A humanidade aprende mais com o sofrimento" – seja na Igreja ou na recente crise econômica dos EUA. Mesmo que muitos economistas e outros viram a crise econômica se aproximando, "não foi possível aprovar uma lei no Congresso antes da catástrofe", disse.

Ele disse que acha que pelo menos algumas autoridades do Vaticano também estão reconhecendo que a mudança é necessária na Igreja [como diria um antigo professor de física que tive, quando queria desmontar nosso argumento infantil, "cite duas" dessas autoridades].

"Se não aprendermos agora, teremos que sofrer mais – mais padres estarão abandonando, nas paróquias ficarão sem párocos, mais igrejas ficarão vazias" e mais jovens e mulheres vão deixar a Igreja ou se dissociar internamente dela, afirmou. "Tudo isso são indicações, creio, de que temos que mudar agora" [os padres liberais estão deixando a Igreja, graças a Deus! Paróquias com padres liberais estão morrendo espiritualmente. Em compensação... as paróquias e comunidades "restauracionistas" vivem uma verdadeira primavera! Isso causa desgosto aos partidários do modelo falido de Igreja, chocado nas décadas de 50 e 60].

Tenda de diálogo

Os principais promotores do Conselho Católico Norte-Americano são três grupos católicos independentes que buscam mudanças na igreja: Voice of the Faithful, Corpus e FutureChurch.

Hushon disse que, quando o ACC foi formado há três anos, ele buscava criar uma "grande tenda de diálogo entre todos" os setores da Igreja norte-americana, independentemente das linhas partidárias ou ideológicas, mas "grupo após grupo, bispo após arcebispo disseram que não ou nos ignoraram".

A divisão foi destacada em outubro passado, quando o arcebispo de Detroit, Allen Vigneron, alertou seus padres e seu povo contra a participação na conferência do ACC. Ela foi agravada ainda mais no dia 3 de junho, quando Vigneron ameaçou laicizar qualquer padre ou diácono que participasse da liturgia de encerramento do ACC no domingo de Pentecostes, dia 12 de junho, dizendo: "Há boas razões para acreditar que a concelebração proibida irá ocorrer por parte dos leigos e daqueles que não estão em plena comunhão com a Igreja".

Antes do evento, Hushon negou a acusação e documentou-a com a correspondência em que o ACC disse à arquidiocese que "haverá apenas um celebrante, um padre de boa reputação" ["boa reputação"? No ACC? Ahã, Cláudia!].

O ACC escolheu o Cobo Hall como seu lugar de encontro, porque este ano é o 35 º aniversário da conferência Call to Action, um encontro nacional do laicato católico promovido pelos bispos dos EUA, que foi realizado lá, com o cardeal John Dearden, de Detroit, como presidente e anfitrião.

A conferência de 1976, apesar de suas falhas, recebeu crédito por ter fornecido base e ímpeto para a pastoral econômica e de paz dos bispos na década de 1980, assim como uma maior atenção para o racismo, para as minorias, para a vida familiar, para as pessoas com deficiência, para o respeito pela vida humana e para uma ampla gama de outras iniciativas pastorais e de justiça social desenvolvidas nacionalmente ou nas dioceses nos anos seguintes.

Bispo em Greve de Fome

A situação no Equador, especificamente em Sucumbios, está beirando o ridículo. Tudo pela volta dos antiquados padrões da Teologia da Libertação.
A questão Sucumbios ultrapassou o ponto de uma simples nomeação episcopal e envolveu até mesmo o governo socialista do presidente Correa que, sem pudor, resolveu interferir na nomeação do sucessor de Dom Gonzalo. A nomeação de um prelado mais alinhado com o Santo Padre, no caso um membro dos Arautos do Evangelho (eu sei o que você está pensando!), causou revolta da base esquerdista.
Os bispos da Libertação se comportam como crianças mimadas, fazendo birra sempre que suas posições não são atendidas.

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O bispo aplaudindo o senhor presidente Correa.

Bispo emérito de Sucumbíos entra no 20º dia de greve de fome


Dom Gonzalo López Marañón, bispo emérito de Sucumbíos, no Equador, entra no seu 20º dia de greve de fome pela paz e a reconciliação em Sucumbíos. Na Alemanha, mais de 300 teólogos e teólogas publicam um manifesto por uma reforma da Igreja católica romana.

A reportagem está publicada no blog da Igreja de Sucumbíos – Isamis, 12-06-2011. A tradução é do Cepat.

Parque La Alameda, Quito. Hoje, domingo de Pentecostes, completam-se 20 dias de jejum de dom Gonzalo López Marañón, bispo emérito de Sucumbíos.

As e os jovens acompanharam a greve de fome de dom Gonzalo durante este fim de semana. Reunidos sob o lema ‘Por uma Igreja Livre e Libertadora’, um grupo de cerca de 30 jovens de Sucumbíos e de Quito passaram a noite em vigília no Acampamento pela Reconciliação, situado no Parque La Alameda da capital.

O grupo de jovens trabalha em dois manifestos, um dirigido para informar a população, e outro para solicitar à Conferência Episcopal um melhor tratamento da situação em Sucumbíos e para defender o modelo criado ali, segundo explica Samuel Mendoza, um dos jovens que passou dias e noites inteiros na vigília de Nueva Loja.

A Igreja católica vive momentos de duras críticas em todo o mundo. No Equador, as amostras de solidariedade com o jejum iniciado há 20 dias pelo bispo emérito de Sucumbíos são exemplo da defesa que muitos católicos fazem de um modelo afastado de luxos, hierarquia e patriarcado.

O jejum no Equador está mexendo com consciências e pôs muitas pessoas a trabalhar. Como os jovens de Quito e Sucumbíos.

Na Alemanha, muito distante de Sucumbíos e do Equador, geograficamente falando, nasce um manifesto crítico com o status quo. Igreja 2011: uma virada necessária, com este título é publicado [em fevereiro de 2011] um manifesto a favor de uma reforma da Igreja católica romana, elaborado e assinado por mais de 300 teólogos e teólogas professores universitários da Alemanha, terra natal do atual Papa.

De volta à América Latina, o Acampamento pela Reconciliação de Sucumbíos continua em pé com nove barracas e uma atividade em torno da reconciliação e do modelo de igreja-comunidade.

Fonte - IH-Unisinos

domingo, 12 de junho de 2011

Americanos "querem" padres casados e diaconisas

Numa carta enviada aos bispos norte-americanos, vários leigos engajados  publicaram seu apelo desesperado pelo futuro da Igreja que se avizinha tão nebuloso. Nesta carta, como não poderia ser diferente, é pedido que o celibato se torne opcional, ou simplesmente deixe de existir, e que a Igreja comece a ordenar mulheres.

Segundo esses católicos "o terrível declínio na vitalidade que tem devastado a fé católica na Europa pode muito bem ocorrer nos EUA" e por isso o "povo de Deus, incluindo padres e bispos, já começou um diálogo corajoso sobre a restauração das nossas tradições primitivas, reconhecendo os padres casados e celibatários e as diaconisas".

Para esses católicos, essa restauração seria suficiente para impedir uma séria crise vocacional em seu país. Primeiro, é preciso deixar claro que a diocese norte-americana com o menor número de padres supera, de longe, qualquer diocese brasileira. A crise por aqui é mais severa.

Segundo, a experiência do clero casado e da ordenação feminina já foi aplicada em diversas denominações protestantes, históricas ou não, e se revelou um fracasso retumbante. O Anglicanismo, por exemplo, que já foi responsável por 20% do povo americano, após a aprovação da ordenação de mulheres viu seu rebanho encolher vertiginosamente ano a ano, somando, hoje, menos de 2% da população. Os luteranos experimentaram caminho semelhante, no mundo todo. Os Vetero-católicos também começaram a ordenar mulheres e, sem o apoio do governo nos países do norte europeu, já teriam desaparecido.

Bispo anglicano gay e divorciado concelebra com pastor
casado e reverenda. 3 estágios concluídos
A ordenação feminina é o segundo estágio, depois do fim do celibato, para a desintegração total da comunidade eclesial. O fim formal e o estabelecimento da crise se dá com a ordenação de homossexuais, como é o caso no anglicanismo e luteranismo que, nos últimos anos, enfrentam a pior e mais séria crise da sua história.

O que esses católicos querem é a eutanásia da Igreja. O clero casado ortodoxo, por exemplo, é bem menor que o celibatário e existe predominantemente em terras novas, fora do território canônico das diversas igrejas autocéfalas. Assim, é mais fácil encontrar um padre ortodoxo russo casado nos EUA ou na França, por exemplo, que na própria Rússia. Também é preciso dizer que a tradição eclesial ortodoxa, embora permita um clero casado, não o estimula, considerando-o uma exceção.

O clero casado traria, ainda, o problema do clero "divorciado". Sim, porque se um clérigo católico latino não está certo sobre sua vocação ao sacerdócio - por isso pleiteia o matrimônio - certamente não estará certo sobre a esposa escolhida ou pelo menos há essa possibilidade. O clero casado, latino, é oriundo do anglicanismo e visto como exceção; o próprio ordinário do Ordinariato Inglês, numa recente entrevista, afirmou que não acredita que o celibado deixe de ser a norma da Igreja Católica.

A carta desses católicos não considera o efeito danoso e negativo da solução adotada por eles para a Igreja. Contudo, a solução adotada por muitos bispos norte-americanos parece ter um resultado bem diferente e produtivo.

A formação de seminaristas totalmente enraizada na bimilenar tradição da Igreja, a oração contínua e a confiança no Espírito Santo se mostram mais efetivas no fortalecimento do clero do que as soluções kamikase dos católicos da carta.

O fim do celibato e a ordenação feminina não são o caminho que a Igreja deve trilhar se o seu objetivo é atingir a Jerusalém Celeste.

***

Queridos Bispos,


Ao longo dos últimos 40 anos, a Igreja Católica Romana nos Estados Unidos e no mundo tem experimentado um constante agravamento da falta de padres. Em primeiro lugar, o processo foi tão gradual que dificilmente era percebido. Mas, agora, a rapidez do declínio está tendo um impacto devastador na vida paroquial e sacramental.


De acordo com um estudo de 2008 do Centro para a Pesquisa Aplicada no Apostolado, metade dos 19.302 padres diocesanos ativos planeja se aposentar em 2019. Estamos ordenando cerca de 380 novos sacerdotes diocesanos a cada ano. Em apenas oito anos, teremos apenas 13.500 padres diocesanos ativos para servir as nossas 18.000 paróquias, presumindo que as ordenações permaneçam constantes, como têm estado há mais de uma década.


Muitas dioceses se envolvem na prática moralmente questionável de importar padres do mundo em desenvolvimento, apesar da escassez de padres ainda mais severa nesses países. Outras ainda estão aceitando padres casados de outras tradições religiosas, enquanto, simultaneamente, demitem padres católicos que se casam e não reconhecem as vocações de homens casados católicos. Alguns bispos estão modificando a idade de aposentadoria dos padres de 70 para 75 anos. Muitos estão adotando várias dessas estratégias simultaneamente, embora nenhum deles vá deter os íngremes declínios que se assomam à frente.


Nós, o povo de Deus, somos regularmente convidados a "rezar pelas vocações" e temos rezado diligentemente. Como a lei da Igreja nos diz que temos o dever de expressar nossas opiniões sobre o bem-estar da Igreja, compartilhamos com vocês o resultado da nossa oração. É simplesmente isto:


O ritmo lento e deliberado da Igreja Católica, uma vez considerado uma virtude, é um luxo que não podemos mais pagar. O atraso causado pela inação ameaça a nossa vida e a nossa missão católicas. Sem um sacerdócio viável e comunidades paroquiais fortes e saudáveis, o terrível declínio na vitalidade que tem devastado a fé católica na Europa pode muito bem ocorrer nos EUA.


Silêncio, obediência cega e confiança inquestionável por parte dos fiéis católicos não podem mais ser opções viáveis se a Igreja, com a Eucaristia como centro de sua vida, quer sobreviver. Agora é o momento para agir, assim como para rezar.


Portanto, apelamos a vocês, nossos bispos e irmãos em Cristo, a abraçar o seu papel como pastores e a nutrir as pessoas às quais vocês foram ordenados para servir. Pedimos-lhes que incentivem a discussão sobre a reforma genuína tão necessária para o futuro da Igreja.


O povo de Deus, incluindo padres e bispos, já começou um diálogo corajoso sobre a restauração das nossas tradições primitivas, reconhecendo os padres casados e celibatários e as diaconisas. Pedimos que vocês, como líderes das dioceses dos EUA, iniciem esse diálogo, assim como – oficialmente ou não – dentro de suas dioceses, da Conferência dos Bispos dos EUA e do próprio Vaticano.


Que Deus abençoe a nossa Igreja com pessoas de visão, sabedoria e coragem.
Fonte: IHU - Unisinos

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Padre renuncia ao episcopado

Monsenhor José Aparecido Hergesse, nomeado bispo auxiliar da arquidiocese de Vitória (ES) no dia 4 de maio, renunciou à ordenação episcopal. Uma nota assinada pelos arcebispos de Vitória, dom Luiz Mancilha Vilela, e de Sorocaba (SP), dom Eduardo Benes, comunicou a decisão do monsenhor que alegou “razões familiares e pessoais” ao renunciar.

A ordenação episcopal de mons. Hergesse estava marcada para o dia 25 de junho, em Sorocaba (SP), e a posse em Vitória seria no dia 2 de julho.

“Compreendendo que a opção do Revmo. Pe. José Aparecido é fruto de profunda e difícil reflexão, sofrida, mas para ele necessária, comunicam [as arquidioceses] que a Ordenação Episcopal, prevista para o próximo dia 25 de junho, no Santuário São Judas Tadeu em Sorocaba, foi cancelada”, diz o comunicado das arquidioceses de Vitória e Sorocaba.

Outras informações estão disponíveis nos sites da arquidiocese de Vitória: www.aves.org.br ou de Sorocaba: www.arquidiocesesorocaba.org.br.

Fonte: CNBB

Cardeal Scola em Veneza (?)

A sucessão ao trono de Santo Ambrósio, na nobre arquidiocese de Milão, está praticamente completa, segundo informam algumas fontes virtuais (especialmente o Il Sole 24hore).

Pelo oque reportam os jornalistas e alguns vaticanistas menos conhecidos no Brasil, o trabalho da Congregação para os Bispos foi concluído e a lista já estás nas mãos de Bento XVI. O nome do candidato preferido pela Congregação e, aparentemente, por uma parcela generosa dos bispos italianos é o do cardeal patriarca de Veneza, Angelo Scola.

O nome de Scola, que já havia circulado entre os periódicos, ganhou força após a visita do Papa à Veneza, onde o cardeal pode mostrar ao pontífice sua habilidade episcopal. Normalmente o Papa fica inclinado a promover arcebispos que hospedam grandes eventos, como foi o caso do arcebispo de Aparecida que recebeu Bento XVI em 2007 e foi criado cardeal alguns anos depois, ou o cardeal Wuerl quando recebeu Bento XVI em Washington, criado cardeal no mesmo consistório.

O atual arcebispo de Milão, Dom Tettamanzzi, já tingiu o limite canônico para a renúncia. Sua aposentadoria demorou um pouco mais do que o tempo normal por se tratar de uma Sé importantíssima, simbólica e concretamente.

Conforme reportam, o prefeito dos bispos encontrará nos próximos dias ao Papa e a substituição de Tettamanzzi por Scola parece ser o único assunto da pauta. O nome, se realmente for escolhido, será público somente depois do dia 29 do corrente.

Scola compartilha com Bento XVI uma visão teológica centrada nas duas hermenêuticas, tido muitas vezes como "conservador" ou moderado por seus admiradores e também por aqueles nos quais não suscita tanto afeto. Será uma sucessão de transição para um nome, ainda por vir, mais afeiçoado ao programa político do Papa, uma vez que Scola já conta com 70 anos.

Sua especialização em teológica matrimonial e sua proximidade com o movimento "Comunhão e Libertação" são conhecidos no mundo todo. Scola não é um cardeal polêmico, governando com relativa tranquilidade o Patriarcado (menor) de Veneza.

Sua mudança ao trono de Santo Ambrósio poderá ajudar a acalmar o ânimo de alguns tradicionalistas, incluindo alguns seminaristas, já que Dom Scola tolera com prazer a presença da missa tradicional e aplica, como manda a lei, o Motu Proprio Summorum Pontificum.

sábado, 4 de junho de 2011

O papel dos Leigos na promoção da Missa Tradicional

O Motu Proprio Summorum Pontificum constitui uma expressão privilegiada do Magistério do Romano Pontífice e do seu próprio múnus de regulamentar e ordenar a Liturgia da Igreja3 e manifesta a sua preocupação de Vigário de Cristo e Pastor da Igreja universal4. O Motu Proprio se propõe como objetivo:
a) oferecer a todos os fiéis a Liturgia Romana segundo o Usus Antiquior, considerada como um tesouro precioso a ser conservado;
b) garantir e assegurar realmente a quantos o pedem o uso da forma extraordinária, supondo que o uso da Liturgia Romana vigente em 1962 é uma faculdade concedida para o bem dos fiéis e que por conseguinte deve ser interpretada em sentido favorável aos fiéis, que são os seus principais destinatários;
c) favorecer a reconciliação ao interno da Igreja.
(Cf. Instrução Universae Ecclesiae, nº08)

Porque participam no múnus sacerdotal, profético e real de Cristo, têm os leigos parte activa na vida e acção da Igreja. A sua acção dentro das comunidades eclesiais é tão necessária que, sem ela, o próprio apostolado dos pastores não pode conseguir, a maior parte das vezes, todo o seu efeito.
(Cf. Apostolicam Actuositatem, n°10)

Com a publicação do Motu Proprio Summorum Pontificum, no qual se reconhece a importância da liturgia precedente e, com mais ênfase, o direito dos sacerdotes e dos fiéis ao mesmo rito, foi inaugurado um período inédito na história recente da Igreja. Este período é marcado por um constante chamado a uma salutar promoção da dignidade litúrgica e da valorização da tradição orante da Igreja.

Podemos dizer, sem qualquer dúvida, que uma parte do trabalho petrino foi transmitida aos membros mais simples da Igreja - os leigos. Num impulso de renovação e com o intuito de fazer andar o carro da reforma da reforma para que a Igreja tenha "um só rito, celebrado em latim ou em língua popular, mas baseada inteiramente na tradição do rito antigo" (cf Carta do Cardeal Ratzinger ao teólogo Heins Lothar Barth), o Papa conferiu aos leigos a tarefa de, através de uma promoção do rito anterior, expor aos demais membros da Igreja as riquezas até então negligenciadas da sagrada liturgia.

O estado catastrófico da liturgia romana é tão desolador que uma tarefa institucional de reforma da liturgia pós-conciliar seria impossível e, como afirmou o cardeal Ratzinger, traria mais prejuízos que benefícios. O segredo, para Ratzinger, não é uma volta imediata e completa ao rito antigo, mas o enriquecimento do rito novo pelo velho.

O rito novo, justamente por sua juventude e por sua construção artificiosa, apresenta uma série cosideravel de deficiências, algumas das quais tornam "bastante clara que a Novus Ordo Missae – considerando-se os novos elementos amplamente suscetíveis a muitas interpretações diferentes que estão nela implícitos ou são tomados como certos representa, tanto em seu todo como nos detalhes, um surpreendente afastamento da teologia católica da Missa tal qual formulada na sessão 22 do Concílio de Trento" (cf  Carta dos Cardeais Ottaviani e Bacci à Sua Santidade Papa Paulo VI, sobre o novo Missal nº01).

Tais deficiências são reconhecidas pública e notoriamente por vários prelados da Igreja e não há qualquer prejuízo à comunhão eclesial também os leigos reconhecerem que elas existem e, mais importante, que precisam urgentemente de uma justa correção.

Como já mencionado, a liturigia ordinária não pode ser reformada inteiramente a partir do topo, isto é, a partir de ações unilaterais da Cúria Romana ou do Soberano Pontíficie. Há no mundo católico uma pujante autonomia quanto ao uso do Novus Ordo sobretudo pelos diversos elementos suscetíveis à interpretação do clero ou, mais recentemente, das pastorais de liturgia (ou equipes de liturgia) paroquiais. As liberdades presentes no novo ordinário, aliadas à negligência de alguns ordinários na vigilância litúrgica, contribuem para que orientações magisteriais se tornem letra morta; um exemplo foram as constantes exortações da Congregação para o Culto Divino.

O projeto do Papa Bento XVI é multiplicar o seu esforço através da ação dos leigos e de alguns clérigos comprometidos com a sacralidade do culto. Para isso concede "direitos" aos leigos e sacerdotes, retirando uma pequena parcela do poder decisório dos bispos, embora isso não seja admitido publicamente.

É através de um saudável apostolado dos leigos que a reforma da reforma se torna viável, que melhores traduções para o rito paulino são buscadas e que a educação da massa católica é feita.

Após a publicação da Instrução interpretativa do Motu Proprio, mais poder foi concedido aos leigos. Mas esse poder não deve ser entendido num sentido opressor e tiranizador, porque, se for compreendido dessa forma, torna-se tão danoso ao coração eclesial quanto a postura negativa dos bispos ao tradicionalismo. O poder dado pelo Papa é um poder de serviço, de amor, caridade e sacrifício.

Um poder de serviço
Para servir ao Povo de Deus através da Sua Igreja santa, promovendo uma nova educação litúrgica, totalmente radicada na fé bimilenar da Igreja.
Um poder de amor
Pois amar o próximo é trazê-lo para a verdade na sua integridade. Amar o próximo é combater todas as impurezas que, por alguma fresta, entraram no templo de Deus e deformaram Sua sagrada liturgia até "o limite do suportável".
Um serviço de caridade
Tornar os tesouros litúrgicos acessíveis aos demais é uma autêntica caridade. Contribuir para que o Sucessor de Pedro obtenha sucesso na sua luta contra os abusos litúrgicos é caridade para toda a Igreja!
Um serviço de sacrifício
O bom combate não vem sem sacrifícios pessoais. Penitência e oração, lágrimas e aborrecimentos. Tudo isso faz parte dessa autêntica manifestação de amor por Cristo e por Sua Igreja. Infelizmente é aqui que alguns leigos pecam, oferecendo apenas alguns gestos de boa vontade, mas não verdadeiros sacrifícios cristãos.

Se engana aquele que pensa que a reforma da reforma seria uma tarefa para apenas um único pontificado. Ela é ampla, profunda e complexa. O papel do leigo deve ser o de um colaborador da verdade, de um agente criativo e aberto aos novos meios. A ousadia, característica apostólica, também é requerida.

Em algumas dioceses, onde se aplica o Motu proprio, há o silêncio dos leigos na promoção do rito. Obter o rito não é suficiente, embora seja importante. "Ninguém acende uma lâmpada e a cobre com um vaso ou a põe debaixo da cama; mas a põe sobre um castiçal, para iluminar os que entram" (cf Lucas 8, 16)

A missa tradicional, no atual contexto, não sobrevive sem um apostolado produtivo e criativo. Apresentar a missa ao maior número possível de pessoas deve ser meta de todo e qualquer grupo, ou mesmo indivíduos  empenhados na correta aplicação do Motu Proprio.

Na sua Instrução Universae Ecclesiae, o Papa fala, como destaquei no começo deste texto, que o Motu Proprio se propõe "oferecer a todos os fiéis a Liturgia Romana segundo o Usus Antiquior, considerada como um tesouro precioso a ser conservado". Esse oferecer a todos é um memento da função dos leigos em promover, da melhor forma possível, a forma antiga da liturgia. Essa promoção não virá, sem dúvida, das instâncias oficiais das dioceses, por mais bem intencionadas que sejam.

Infelizmente, como temos notado com pesar, a ação da esmagadora maioria dos leigos tradicionalistas é tão somente limitada à crítica ao rito novo que se torna contraproducente para a promoção do rito antigo. A crítica destrutiva e negativa ao ordus paulino não ajuda, ironicamente, o rito antigo. Por isso o Papa, que já tem um vasto conhecimento da situação eclesial e da ação nem sempre salutar dos tradicionalistas, colocou duas artimanhas jurídicas tanto no Motu Proprio quanto na Universae Ecclesiae.

A primeira é a natureza esquizofrênica do rito romano, onde dois ritos diferentes são colocados como um uso duplo do mesmo rito. Isso dá estabilidade jurídica ao rito antigo, mas aumenta a polêmica nos dois lados da disputa. Para os partidários da reforma pós-conciliar o rito novo é literalmente novo e, assim, melhor que o já superado rito tridentino. Deles não é incomum ouvirmos que o rito novo representa muito melhor os anseios da sociedade moderna. Para os opositores da mesma reforma, o rito antigo é necessariamente melhor que o novo, pois representa continuidade com a tradição.

A segunda artimanha do Papa que visa garantir a existência do missal antigo e, mais importante, sua propagação, é a de que fiéis ligados a movimentos separatistas (sedevacantistas) ou que questionam a validade do novo ordo não possam se beneficiar. Isso visa proteger os leigos que eram rotulados como cismáticos ou hereges, mas também visa proteger os leigos engajados na reforma da reforma de um apostolado danoso.

Mesmo o finado Arcebispo Lefebvre não questionava a validade dos sacramentos reformados, embora tivesse dúvidas. Dom Lefebvre questionava a legitimidade jurídica do novus ordo, algo que, com a teoria das duas formas, foi resolvido pelo menos temporariamente. As questões teológicas de Dom Lefebvre sobre a missa nova são as mesmas de alguns poucos bispos que, só agora, são conhecidas.

Para arrematar, ficamos sabendo do cancelamento das celebrações da missa antiga em Brasília por falta de povo. Só posso emitir um juízo através da forma como a notícia foi publicada, mesmo sem conhecer plenamente o contexto do assunto. A primeira pergunta que faço é como e por que a missa foi abandonada nesta capelania? Pelo que sabemos a missa não era muito querida em Brasília, mas continua nas dependências do Instituto Bíblico ligado a um bispo emérito da arquidiocese.

A missa tradicional não se manterá por si, sem um apostolado tradicional, como eu já escrevi acima. Se não havia "povo" suficiente para manter dois centros de missa, por que eles existiam? Isso, de fato, atrapalha a vida diocesana. Penso que, se os dois centros servem a dois grupos distintos e opostos, isso também é um prejuízo explícito e testemunha contra o fiel tradicionalista que não consegue estar unido a nada nem a ninguém.

Outro caso de supressão da missa, que para nós é um exemplo didático do apostolado contraproducente, aconteceu em Londres com a desistência do Cardeal Burke de rezar uma missa por conta de uma afronta objetiva aos bispos ingleses. Como lemos no Fratres in Unum:

(...)Em uma carta a Daphne McLeod, presidente de Pro Ecclesia et Pontifice, grupo ao qual ele deveria se dirigir, o Cardeal Raymond Burke disse ter surgido, por parte de ”várias fontes”, inclusive “Católicos devotos e fiéis” na Inglaterra, uma preocupação sobre sua assistência ao evento de 18 de junho. Cardeal Burke, Prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica do Vaticano, cujo discurso era intitularia “A restauração da disciplina da Igreja e evangelização”, apontou que o texto do formulário de inscrição do evento afirmava que “nossos bispos são obstinados em sua recusa a permitir que nossa gloriosa Fé Católica seja ensinada nas escolas”. Sra. McLeod lhe disse que, enquanto seu grupo é frequentemente visto como “delatores inevitavelmente impopulares com o establishment [i.e., os que governam]“, sempre mostra respeito para com os bispos. Ela implorou ao Cardeal que reconsiderasse sua decisão de retirar sua conferência e comentou sobre como ela pretendia pagar uma considerável conta de 5 mil libras [aproximadamente 13 mil reais] pelo local e jantar após a conferência.

Esse tipo de afronta aos bispos é tolice. Quem detém o poder? Os bispos! E os bispos ingleses toleraram tal evento até o momento onde eles foram atacados diretamente. O resultado dessa audácia foi: 5 mil libras em prejuízo e uma derrota aos fiéis tradicionais do mundo todo. Imprudência!

Sabemos que os bispos não aprovam e são contrários ao Motu Proprio e é tarefa do católico leigo tradicionalista trabalhar essa situação visando extrair o melhor possível. E nessa tarefa cabe muita prudência e muita diplomacia.

Quero concluir reafirmando tudo o que expus acima de uma forma clara: o apostolado dos leigos é fundamental não só para que a missa antiga exista na diocese, por exemplo, mas para que o Papado de Bento XVI produza frutos. Cada leigo em seu pequeno grupo ou mesmo individualmente é um elemento importante nesta tarefa e deve trabalhar da melhor maneira possível para a reforma da reforma marche.

Mesmo com opiniões divergentes quanto ao novus ordo, o concílio, etc. os leigos devem concordar com uma base sólida: ajudar a promoção da liturgia santa e sagrada. Todo o resto é discutível desde que, naturalmente, com muita caridade e prudência.

Piero Marino está certo sobre o novo beato?

Um recente livro lançado pelo ex-cerimoniário pontifício está causando algumas dúvidas. É fato que ainda ninguém tomou nota do livro completo, mas nesse caso acho isso irrelevante.



No livro, o arcebispo Piero Marini, que foi cerimoniário do Papa João Paulo II por praticamente (quase) todo o seu pontificado, justifica as suas escolhas nada ortodoxas para a liturgia do pontífice - tudo vontade direta de João Paulo II.



Isso levanta muitas questões (mais até) sobre a suposta santidade do papa polonês. Um argumento muito usado pelos defensores da santidade e, nesse caso, inocência de Wojtyla sobre os abusos escandalosos cometidos nas suas liturgias era aquele do "cativeiro litúrgico" do Papa, ou seja, quem mandava com um poder quase absoluto era Piero Marini e ao Papa restava apenas concordar e conduzir o show. Parece que não foi bem assim, como relata Marini.



"Marini dedica muitas páginas à controvérsia que o envolveu nos últimos anos, até dizer que o avanços das liturgias papais foram desejados por Wojtyla, que, na verdade, “queria algo mais” no caminho que levava as suas celebrações litúrgicas a integrar elementos pertencentes às diferentes culturas do mundo, mas estranhas aos rígidos cânones romanos. Este, diz Marini, foi Wojtyla: um Papa que quebrou a rigidez da liturgia romana introduzindo novas culturas no espaço sagrado." (cf.O sacro show de Wojtyla. Assim o ex-mestre de cerimônias (Piero Marini) revela que era o Papa Polaco quem desejava todas aquelas novidades, de Paolo Rodari, traduzido pelo Fratres in Unum)



Fica realmente difícil de imaginar um Papa com temperamento para erguer o dedo publicamente para uma delegada da ONU ser refém de um cerimoniário enlouquecido por mais de 20 anos.



Havia uma contradição gritante entre o que JPII pedia textualmente para a liturgia (cf. Redemptionis Sacramentum e Ecclesia de Eucharistia), por exemplo, o que ele fazia na prática. E todos acreditavam ser obra exclusiva de Piero Marini.



Creio que a contradição existente entre a prática e a teoria se deve à duas mentes conflitantes que davam estrutura ao pontificado do Papa JPII e, por incrível que pareça, nenhuma delas era a mente de Wojtyla. Marini comandava o circo litúrgico enquanto Joseph Ratzinger se contorcia para dar um rumo ortodoxo ao pontificado. Isso (uma teoria minha), contudo, não isentaria o Papa JPII da responsabilidade por suas péssimas liturgias e pela grave confusão que causou à Igreja.



É claro que Marini (I) não é o morto mais morto do cemitério. Membro de uma escola litúrgica de ruptura com o passado, ele pode dizer o que lhe der na telha para tentar justificar ou dar credibilidade ao legado do seu mestre e articulador do Novus Ordo, Bugnini. Especialmente agora, com Bento XVI, onde sua obra litúrgica é amplamente criticada.



Contudo, o mais impressionante é que isso não foi levado em consideração e, pelo que sabemos, não está sendo considerado no processo de canonização do finado papa. Impressionante! Os chamados "advogados do diabo" da Congregação para a Causa dos Santos, responsáveis por ouvir o lado negativo, estão de férias. Isso tira um pouco da lisura do processo e nos dá muitas dúvidas sobre a verdadeira santidade do Papa.



E sempre vemos e lemos mais do mesmo: "Ah, mas em Assis ele não quis assim, foram os organizadores..." ou "Seus encontros eram comandados por oficiais da Cúria", "devemos analisar suas obras apenas" etc. Me desculpem, mas esse tipo de argumento não "cola", especialmente para o Vigário de Cristo.



JPII certamente foi um exemplo muito positivo em muitos aspectos, isso não se nega. Mas essas questões e outras tantas (beijos no Corão, Buda sentado no sacrário, etc... vocês já sabem!) não podem perder a sua grave importância. E, se não me engano, não existe "meio santo".

Homem morre após ter agredido padre

Homem morre de causa desconhecida logo após ter agredido padre e quebrado Igreja



POR: ESTENIO R7

EM:11 DE MAIO DE 2011



Um rapaz de 33 anos morreu após invadir a Igreja de São Sebastião, em Catingueira (PB), durante a missa realizada na noite desta segunda-feira (9). Edmilson Jovino da Silva agrediu o padre Fabrício Dias com um soco no rosto e tentou atacá-lo com uma haste metálica de um ventilador.



Jovino ainda teria destruído peças sacras e passado mal na praça diante da igreja. Desmaiado, ele foi levado por um primo até o Hospital Regional de Patos (PB), mas chegou morto. Os médicos não fizeram o atestado de óbito sob a alegação de que ele não havia passado por cuidados médicos no local. O primo, então, voltou para Catingueira e providenciou o velório de Jovino, que foi feito nesta terça-feira (10) na casa da família, mesmo sem o documento que comprova a morte e a causa dela.



O delegado Hugo Pereira Lucena, ao tomar conhecimento do fato, foi até o velório e interrompeu a cerimônia na tarde desta terça-feira. “Tive de fazer isso, pois não havia atestado de óbito. O corpo não foi analisado para sabermos as causas da morte. As testemunhas que estavam na praça disseram que ele passou mal, que teve um infarto, mas não temos comprovação disso.”



Lucena disse ainda que o corpo do rapaz foi levado para o Instituto de Medicina Legal (IML) de Campina Grande (PB), onde será feito o laudo necroscópico. “A família ficou triste com a interrupção do velório, mas não tinha o que fazer a não ser levar o corpo para o IML. Eles, mesmo entristecidos, colaboraram com a polícia para a retirada do corpo da casa.”



O delegado disse que o padre agredido não registrou queixa na polícia. “Ele só nos informou que foi agredido no rosto e que queria tomado ciência da morte do rapaz depois, quando populares lhe contaram o que tinha ocorrido do lado de fora da igreja”, afirmou Lucena.



Em contato com familiares de Jovino, o delegado disse que obteve a informação de que o rapaz já tinha tentado agredir outros padres. “A família me disse que o rapaz tinha problemas intelectuais e já tinha protagonizado outras situações de agressões contra padres. Eles não sabem informar os motivos que o levavam a fazer isso”, disse o delegado.

Foto do Dia - Santa Maria Maior



Foto de JP Soneen, do Orbis Catholicus Secundus



O que eu gosto nessa foto é a composição geométrica e a distorção da perspectiva. A luz, é claro, é um show a parte e realça a natureza artística da imagem, contrastando com suas sombras e lances dourados. Muito boa.

As fotos do Soneen são mais do tipo "streetphoto", ou seja, são retratos de pessoas na rua, nas ruas de Roma. Imagens com essa composição, para o autor, são mais raras, mas quando ele se aventura nesse campo acaba superando os ortodoxos russos, meus favoritos em fotografia eclesiástica.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Anglicanos atacam (novamente) ordinariato

O nó em que se converteu o estabelecimento dos ordinariatos da Australia, Canadá e EUA se tornou motivo de ataque de anglicanos reunidos em congresso na cidade de Victoria, BC, nos EUA.
Reunidos com o objetivo de reafirmar a declaração de St Louis, que criou o movimento de anglicanos continuadores separados da Cantuária, vários clérigos de segmentos minúsculos do anglicanismo regozijam sobre os problemas enfrentados para a aplicação da Anglicanorum Coetibus.
Numa declaração recente, o arcebispo Peter Robinson (é arcebispo e único bispo do seu secto, deveria se chamar "unobispo") da Igreja Episcopal Unida da América do Norte (United Episcopal Church of North America, em inglês) afirmou que "o recente fiasco" do ordinariato se deve à inflexibilidade de Roma em reconhecer as ordens anglicanas como válidas e reordenar o clero convertido. Para Robinson, a questão toda é política, uma síndrome romana do "não foi feito aqui", ou seja, a sucessão apostólica anglicana é inválida porque não foi feita de acordo com as normas romanas mas, segundo Robinson, as formulas anglicanas são perfeitamente eficazes na transmissão da sucessão apostólica, mesmo a sua forma de 1559.
Os ataques não cessarão. Eles visam enfraquecer a confiança daqueles que pretendem fazer o caminho da conversão e, como já tive a oportunidade de escrever anteriormente, atrair essa parcela do rebanho anglicano para outras comunidades continuadores, firmadas na declaração de St Louis e que hostilizam o Papado.
Já há um novo jargão, cunhado por esse gente, para chamar os anglicano que desejam fazer parte do Ordinariato - Anglo-papistas. Para eles, não é possível ser anglo-católico fora do anglicanismo e, por isso, os convertidos só podem ser anglo-papistas. Para eles, ainda, o autêntico catolicismo está no anglicanismo.
Os anglicanos têm raízes católicas, mas os católicos não têm raízes anglicanas. Por isso o autêntico anglo-catolicismo só pode ser vivido dentro da comunhão petrina, fora dela só existem anglo-protestantes com ordens e sacramentos inválidos (exceto batismo).
Ridicularizar e desacreditar os fiéis parece ser a única estratégia de uma comunidade que a cada dia se fragmenta mais, em grupos e acrônimos cada vez mais complexos e confusos. A Anglicanorum Coetibus é um refrigério, um norte claro e objetivo para eles.
Devemos, como já disse, rezar pelos anglo-CATOLICOS dos EUA, Canada e Australia para que superem as divergencias ocasionais e prossigam rumo ao trono de Cristo na Sua única e verdadeira Igreja.
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